Mercados

Dólar fecha na máxima em 2 meses em dia de Fed e receio por coronavírus

O dólar à vista subiu 0,59%, a 4,219 reais na venda

Dólar: moeda futura de maior liquidez tinha ganho de 0,68%, a 4,2245 reais. (Rick Wilking/Reuters)

Dólar: moeda futura de maior liquidez tinha ganho de 0,68%, a 4,2245 reais. (Rick Wilking/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 09h16.

Última atualização em 29 de janeiro de 2020 às 19h07.

São Paulo — O dólar fechou na máxima em dois meses frente ao real nesta quarta-feira, perto de 4,22 reais, em firme alta num dia de força da moeda norte-americana em todo o mundo ainda por receios sobre o coronavírus e com atenção a políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos.

O real esteve entre as moedas de pior desempenho nesta sessão, junto com o peso do Chile, onde o juro foi mantido em 1,75% nesta sessão.

Analistas voltaram a citar as expectativas para a política monetária no Brasil como um fator a influenciar no descolamento do real ante o movimento do dólar no exterior.

Para Roberto Prado, economista do Itaú Unibanco, a sinalização de política monetária do Federal Reserve nesta quarta-feira abre espaço para um Banco Central brasileiro "um pouco mais dovish" (inclinada a uma política monetária afrouxada).

O real acumula depreciação de 4,89%, pior desempenho entre as principais moedas, no acumulado de janeiro, período em que o mercado voltou a elevar fichas em mais cortes de juros pelo Banco Central brasileiro.

Analistas têm afirmado que o movimento de depreciação do real está relacionado à perda de atratividade da moeda como ativo, entre outros fatores, por causa do retorno "extra" oferecido pela renda fixa brasileira em comparação a seus pares, na esteira dos cortes da Selic a sucessivas mínimas recordes.

O BC anuncia sua decisão de juros na próxima quarta-feira, dia 5 de fevereiro. Parte do mercado considera a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual na Selic, para um novo piso histórico de 4,25%. A Selic está atualmente em 4,50% ao ano.

O dólar à vista subiu 0,59%, a 4,219 reais na venda. É o maior patamar para um encerramento desde 29 de novembro de 2019 (4,2405 reais na venda).

Na B3, o dólar futuro de maior liquidez ganhou 0,83%, a 4,2310 reais.

No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta com seis divisas de mercados desenvolvidos chegou a alcançar uma máxima em cerca de dois meses, antes de devolver os ganhos. Mas a moeda seguia forte contra várias divisas emergentes, indicativo de uma postura no geral mais conservadora com relação a ativos de risco em geral. O índice S&P 500 da bolsa de Nova York abandonou altas de mais cedo e fechou em queda.

No final do dia, com o mercado já fechado, o BC anunciou que dará início, a partir da próxima segunda-feira, à rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em 1º de abril de 2020, no montante de 11,7 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCoronavírusDólarFed – Federal Reserve System

Mais de Mercados

Tesla bate US$ 1 trilhão em valor de mercado após rali por vitória de Trump

Mobly assume controle da Tok&Stok com plano de sinergias e reestruturação financeira

Trump não deverá frear o crescimento da China, diz economista-chefe do Santander

Vendas do Wegovy, da Novo Nordisk, disparam 79% no 3º trimestre