Dólar deve se fortalecer frente ao real nos próximos 12 meses, contrariando a tendência das moedas da América Latina (iStock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 6 de julho de 2017 às 11h07.
São Paulo - O dólar tinha leve alta ante o real nesta quinta-feira com os investidores mantendo a cautela com o cenário político local, mas o movimento era suavizado pela cena externa, cujos mercados reagiam a dados de emprego piores do que o esperado nos Estados Unidos.
Às 10:31, o dólar avançava 0,23 por cento, a 3,3003 reais na venda, depois de bater em 3,3103 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,40 por cento.
"O mercado continua de olho no cenário político, com notícias sobre o recrudescimento do risco de uma derrota de Temer na Câmara (dos Deputados)", justificou a corretora Coinvalores em relatório a clientes.
O governo do presidente Michel Temer sabe que ainda não tem maioria segura na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para garantir que seja rejeitado que a denúncia contra Temer por corrupção passiva seja analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, o governo corre contra o tempo, mas o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não garantiu que a votação do parecer do relator da denúncia, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), vai ocorrer até a quinta-feira da próxima semana.
Este era o prazo limite previsto pelos governistas para que o caso fosse votado na comissão a fim de ser, posteriormente, apreciado pelo plenário até o dia 17 de julho, um dia antes do recesso parlamentar. Desta forma, a decisão pode acontecer apenas em agosto.
O dólar deve se fortalecer frente ao real nos próximos 12 meses, contrariando a tendência das moedas da América Latina, diante da crise política que continua ameaçando o governo, mostrou pesquisa da Reuters junto a estrategistas. A moeda norte-americana deve ir a 3,42 reais em um ano, acima da estimativa de 3,345 reais no levatamento do mês passado.
Segundo especialistas, a alta do dólar sobre o real nesta essão era em parte contida pelo movimento da moeda norte-americana no exterior, que caía ante uma cesta de moedas, depois da divulgação de dados mais fracos do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão, por ora. Em agosto, vencem 6,181 bilhões de dólares em swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares.