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Dólar tem 3ª alta seguida com temor sobre reforma da Previdência

Maia disse ser "difícil" votar a reforma na semana que vem e que só pautará a proposta caso existam garantias "muito claras" de que será aprovada

Dólar: "O mercado está pisando em ovos, reagindo a qualquer notícia", disse um gestor (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólar: "O mercado está pisando em ovos, reagindo a qualquer notícia", disse um gestor (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 17h27.

São Paulo - Com o temor voltando a crescer sobre a capacidade política do governo de garantir a votação da reforma da Previdência neste ano, o dólar fechou esta segunda-feira em alta, encostando mais ainda no patamar de 3,30 reais e no terceiro pregão seguido de valorização.

O dólar avançou 0,08 por cento, a 3,2974 reais na venda, maior nível de fechamento desde 14 de novembro passado, quando foi a 3,3094 reais. Nestas três sessões, subiu 2,07 por cento.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,2734 reais e, na máxima, 3,3062 reais. O dólar futuro subia cerca de 0,15 por cento no final da tarde.

"O mercado está pisando em ovos, reagindo a qualquer notícia. Cada dia que passa, vê que está complicado votar", afirmou o gestor de derivativos de uma corretora local.

No final da manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ser "difícil" votar a reforma da Previdência na Casa na semana que vem e que só pautará a proposta caso existam garantias "muito claras" de que será aprovada.

Ao mesmo tempo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), indicado como ministro da Secretaria de Governo pelo presidente Michel Temer e que será o articulador político do governo, disse que ainda buscava entre 40 e 50 votos favoráveis à proposta e que ela será colocada em debate na quinta-feira, mas não descartou a possibilidade de o tema ficar apenas para 2018.

Essa hipótese também já havia sido colocada pelo próprio presidente na véspera, mas ponderou ser "possível" aprovar o texto ainda neste ano na Câmara dos Deputados.

Na semana passada, Temer havia dito que não cogitava a possibilidade de a reforma, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem, ser votada em 2018.

O governo precisa de votos de 308 deputados em dois turnos de votação. O Banco Central vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, em mais um leilão para rolagem do vencimento de janeiro.

Até agora, rolou o equivalente a 4,9 bilhões de dólares do total de 9,638 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.

No exterior, o dólar trabalhava com leve queda ante uma cesta de moedas e também frente a algumas divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e a lira turca.

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