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Dólar tem segunda baixa com exterior e especulação sobre teto

Há especulações de que o Banco Central vai continuar intervindo no mercado de câmbio para evitar que o real se desvalorize mais do que outras moedas

O dólar encerrou em queda ontem, reagindo ao segundo leilão de swap em dois dias realizado pelo BC (Karen Bleier/AFP)

O dólar encerrou em queda ontem, reagindo ao segundo leilão de swap em dois dias realizado pelo BC (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 11h36.

São Paulo - O dólar abriu em baixa com a alta das bolsas europeias sinalizando menor aversão ao risco e com especulações de que o Banco Central vai continuar intervindo no mercado para evitar que o real se desvalorize mais do que outras moedas.

A moeda americana caía 0,3 por cento às 9:37, para R$ 1,8518. No exterior, a lira turca chegou a subir 1,3 por cento após o banco central oferecer volume recorde de US$ 750 milhões em leilão de venda para defender a moeda, que caiu 17 por cento neste ano.

As ações europeias sobem com especulações de que as autoridades estão blindando os bancos contra a crise da dívida. Commodities como o petróleo e o cobre avançam e o ouro recua. O euro reverteu queda inicial diante do dólar causada pelo rebaixamento da nota de crédito da Itália.

“As bolsas estão subindo e hoje é mais um dia em que eles estancaram a crise”, disse Italo Abucater, chefe da mesa de câmbio da Icap do Brasil CTVM, em entrevista por telefone de São Paulo. “Vamos ver qual o cacife que eles têm para resolver isso, pois o quadro ainda é desconfortável”.

Segundo Abucater, o mercado também reflete as intervenções do Banco Central no câmbio. “O BC atuou nos dois últimos dias, vendendo no teto”. Segundo ele, o BC tende a atuar sempre que o dólar passar de R$ 1,90.


O dólar encerrou em queda ontem, reagindo ao segundo leilão de swap em dois dias realizado pelo BC. As intervenções da autoridade monetária, anunciadas após o dólar bater R$ 1,90, suscitaram análises sobre um limite de alta para a divisa.

O Banco Central vai continuar atuando com leilões de swap para corrigir distorções do mercado se o real se desvalorizar mais do que outras moedas, sem que isso configure um teto para a moeda, disse o Valor Econômico sem citar como obteve as informações.

O BC nega que o fato de os últimos leilões de swap terem sido anunciados com dólar a R$ 1,90 comprove a existência de um teto, disse o jornal. Segundo o Valor, a área técnica do governo chegou a discutir nas últimas semanas uma mudança de estratégia no câmbio, em que o BC só interviria com dólar a R$ 1,90.

A assessoria de imprensa do BC disse que a instituição não iria comentar a notícia.

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