Mercados

Após atingir mais um recorde de R$ 4,27, dólar cai e opera a R$ 4,25

Às 15:59, o dólar avançava 0,8% sendo negociado por 4,2513 reais na venda.

Câmbio: dólar dava continuidade às altas e tinha fortes ganhos nesta terça-feira (Rick Wilking/Reuters)

Câmbio: dólar dava continuidade às altas e tinha fortes ganhos nesta terça-feira (Rick Wilking/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 26 de novembro de 2019 às 09h20.

Última atualização em 26 de novembro de 2019 às 16h11.

São Paulo — O dólar disparava em relação ao real nesta terça-feira e bateu nova máxima recorde acima de 4,27 reais, com os investidores pessimistas após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto".

Às 15:59, o dólar avançava 0,8% sendo negociado por 4,2513 reais na venda.

O desempenho do real acompanhava o movimento da principais moedas emergentes, em meio à força generalizada do dólar nos mercados diante da falta de avanços na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou a sessão regular em uma máxima histórica, com alta de 0,53%, a 4,2150, superando o recorde anterior para um fechamento de 4,2061 reais.

O contrato mais negociado de dólar futuro registrava alta de 0,86% na B3, a 4,265 reais.

Os temores sobre a permanência das altas acentuadas da divisa norte-americana foram acentuados após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que, diante da redução da taxa básica de juros no país, o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto".

"Os comentários do Guedes mostram que não tem uma preocupação com a taxa de câmbio no atual patamar", explicou Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets. "O mercado acaba achando que isso é uma indicação de que o BC não vai atuar."

O ministro afirmou ainda na segunda-feira, nos Estados Unidos, que o Brasil tem uma moeda forte e que flutuações no câmbio não são motivo de preocupação. "Temos um câmbio flutuante... Às vezes ele está um pouco acima, por exemplo, quando o juro desce, ele sobe um pouco.".

Em nota, economistas do UBS refletiram a fala de Guedes ao dizer que a forte queda na taxa Selic desde 2017 tem sido um importante fator para a depreciação do real. "A perspectiva de que os juros permanecerão baixos está levando a um ajuste na alocação dos investidores locais e no mix de passivos das empresas, com esses fatores levando à demanda por dólar", afirmou o banco.

Segundo o UBS, "uma liquidação adicional pelo BC poderia pressionar o real, já que as restrições de balanços afetam a capacidade dos bancos de vender dólares de volta ao BC".

"O Banco Central pode aliviar esses problemas vendendo reservas sem comprar dólares ao liquidar swaps cambiais e adicionar reservas temporárias de câmbio ao mercado para atender às pressões sazonais", acrescentou o UBS. No entanto ainda não há uma perspectiva clara de atuação da instituição.

Nesta terça-feira, o Banco Central vendeu 3.500 contratos de swap cambial reverso e 175 milhões de dólares em moeda spot, de oferta de até 15.700 e 785 milhões, respectivamente.

Adicionalmente, a autarquia leiloará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento janeiro de 2020

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarPaulo Guedes

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol