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Dólar sobe pela quarta semana seguida com pressão do exterior

Com o avanço desta sexta-feira, moeda norte-americana acumulou, na semana, valorização de 2,20%, maior valor desde os 4,85% registrados em 24 de agosto

Dólar: preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a desaceleração da economia global pressionaram a moeda (Sergey Nazarov/Thinkstock)

Dólar: preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a desaceleração da economia global pressionaram a moeda (Sergey Nazarov/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 17h14.

São Paulo - O dólar terminou novamente em alta ante o real, pelo quarto pregão consecutivo, e registrou sua maior alta semanal desde 24 de agosto, com o giro mais fraco após uma semana de feriados no Brasil e Estados Unidos influenciando os negócios, pressionados pela continuidade das preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e com a desaceleração da economia global.

O dólar avançou 0,41 por cento, a 3,8222 reais na venda.

Com o desempenho desta sexta-feira, acumulou, na semana, valorização de 2,20 por cento, a maior desde os 4,85 por cento registrados em 24 de agosto. Foi a quarta semana consecutiva de ganhos, período no qual subiu 4,59 por cento. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 0,50 por cento. "É normal haver saída de recursos no final do ano. Além disso, o investidor aumentou sua posição comprada (aposta de alta) no dólar, já que há preocupações externas e não se sabe como será o novo governo", justificou um gestor de derivativos de uma corretora local.

Nesta sexta-feira, o dólar subia ante a cesta de moedas e se encaminhava para seu maior ganho semanal em um mês, e também avançava ante divisas emergentes, como o peso chileno, em meio aos temores de desaquecimento econômico global, tombo dos preços do petróleo e guerra comercial EUA-China, antes da reunião entre os líderes dos dois países na próxima semana.

Destaque para o recuo do euro com preocupações de que o crescimento econômico possa estar desacelerando entre os países que usam a moeda única após dados decepcionantes do Índice de Gerentes de Compras (PMI).

Os preços do petróleo caíram ao menor nível em mais de um ano nesta sexta-feira, apesar de produtores considerarem cortes na produção para tentar conter o excedente global.

Internamente, os investidores gostaram das últimas indicações para a equipe do futuro governo. Na véspera, os economistas Rubem Novaes e Pedro Guimarães foram indicados para comandar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, respectivamente, no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. O presidente eleito ainda anunciou que o professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Ricardo Velez Rodriguez será o ministro da Educação e o fundador e presidente da locadora de veículos Localiza, Salim Mattar, assumirá a Secretaria-Geral de Desestatização e Desimobilização, sob o ministério de Guedes.

"O viés privatista e liberal do governo Bolsonaro é reforçado com as nomeações de Novaes para o BB e Pedro Guimarães para presidir a Caixa, enquanto a escolha de Vélez, professor de escola militar, defensor do escola sem partido e indicado pela bancada evangélica, para o ministério da Educação reitera tom ideológico conservador", apontou a corretora CM Capital Markets em comentário matinal.

Nos EUA, os mercados fecharam mais cedo nesta sessão após o feriado do Dia de Ação de Graças, o que encolheu a liquidez local.

O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 9,52 bilhões de dólares do total de 12,217 bilhões de dólares que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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