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Dólar sobe pela 6ª sessão seguida, a R$3,53

A moeda subiu pela 6ª sessão seguida nesta quinta-feira, chegando a bater em R$ 3,57 durante o dia


	Dólares: o dólar fechou em alta de 1,39%, a R$ 3,5374 na venda
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Dólares: o dólar fechou em alta de 1,39%, a R$ 3,5374 na venda (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2015 às 17h49.

São Paulo - O dólar subiu pela sexta sessão seguida nesta quinta-feira, chegando a ser cotado a 3,57 reais durante o pregão, reagindo ao cenário político conturbado no Brasil e a expectativas de alta de juros nos Estados Unidos.

O dólar fechou em alta de 1,39 por cento, a 3,5374 reais na venda, maior cotação desde 5 de março de 2003, quando fechou a 3,555 reais. A valorização acumulada em seis sessões é de 6,25 por cento.

Na máxima da sessão, o dólar subiu 2,35 por cento, a 3,5709 reais, mas perdeu força após o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmar em entrevista ao ValorPro, serviço do jornal Valor Econômico, que o preço do dólar ante o real "está claramente esticado" e que ele entende que "os agentes estão agindo aparentemente com pouca racionalidade".

"O mercado entendeu os comentários do Aldo como uma mensagem que o Banco Central não está satisfeito com o atual patamar da moeda e pode aumentar o ritmo de rolagem (dos contratos de swap cambial)", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo Abucater.

Nesta manhã, o BC deu continuidade à rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o correspondente a 1,167 bilhão de dólares, ou cerca de 12 por cento do lote total, equivalente a 10,027 bilhões de dólares. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo dia útil do mês, como de praxe, o BC rolará cerca de 60 por cento do lote.

Pesquisa Datafolha mostrou nesta quinta-feira que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff é recorde entre todos os presidentes desde 1990 e dois terços da população acreditam que o Congresso deveria abrir processo de impeachment contra a petista.

Nenhum dos operadores consultados pela Reuters nesta sessão trabalha com o cenário de afastamento da presidente como base, mas o mercado já embute alguma chance de isso se acontecer, segundo eles. Somava-se a isso outras turbulências políticas, com atritos entre o Legislativo e o Executivo gerando entraves para a aprovação de projetos importantes para o governo no Congresso.

"Eles (Congresso) estão atropelando a Dilma", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

"Enquanto a situação estiver confusa como agora, o dólar não vai parar de subir." A rebeldia da base aliada também tem atraído a atenção dos operadores. Na noite passada, PDT e PTB anunciaram independência em relação ao governo na Câmara dos Deputados, deixando a base aliada e ampliando as dificuldades enfrentadas pela presidente Dilma no relacionamento com o Legislativo.

A perspectiva de que os juros norte-americanos subam no mês que vem também tem contribuído para elevar o dólar globalmente.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado local.

Por isso, operadores aguardam a divulgação, na sexta-feira, do dado de geração de vagas no mercado de trabalho norte-americano para calibrar suas apostas sobre a política monetária da maior economia do mundo.

"O cenário interno é o que está chamando atenção agora, mas no médio prazo, independentemente do que acontecer aqui, o dólar vai subir", afirmou o operador de uma corretora internacional.

A Bradesco Corretora elevou nesta manhã suas projeções para o câmbio no Brasil, estimando dólar a 3,60 reais no fim deste ano e 3,90 reais no fim de 2016, contra 3,25 e 3,40 reais, respectivamente. O Bank of America Merrill Lynch também revisou a perspectiva para o dólar a 3,80 reais no fim do ano e a 4,10 reais no fim de 2016, ante projeção anterior de 3,5 e 3,80 reais, respectivamente. 

Texto atualizado às 17h49

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