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Dólar sobe pela 5ª sessão seguida e fecha em R$ 3,48

A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 3,5009 na máxima do dia, mas encerrou com alta de 0,72%, a R$ 3,4890 na venda


	Notas de dólar: em cinco sessões, a moeda norte-americana acumulou alta de 4,80%
 (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

Notas de dólar: em cinco sessões, a moeda norte-americana acumulou alta de 4,80% (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2015 às 17h37.

São Paulo - O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva nesta quarta-feira, chegando a 3,50 reais pela primeira vez em doze anos, impulsionado por preocupações com o quadro político e econômico do Brasil e com o momento de alta de juros nos Estados Unidos.

O dólar chegou a ser negociado a 3,5009 reais na máxima do dia, mas encerrou com alta de 0,72 por cento, a 3,4890 reais na venda, maior nível desde 10 de março de 2003 (3,525 reais). Em cinco sessões, a moeda norte-americana acumulou alta de 4,80 por cento. "Para cada motivo que alguém encontra para vender (dólares), tem dez para comprar", disse o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.

Os investidores continuaram preocupados com a possibilidade de novos golpes à credibilidade do país devido às turbulências políticas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou na véspera que a Casa deve votar na quinta-feira as contas de três ex-presidentes, abrindo caminho para eventual deliberação das contas da presidente Dilma Rousseff, ainda em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Um eventual parecer desfavorável do TCU pode dar força àqueles que defendem a abertura de um processo de impeachment.

As preocupações internas somaram-se às expectativas pelo primeiro aumento nos juros dos Estados Unidos. "Não há dúvida de que o Fed não vai demorar para aumentar juros. Agora, é a hora de o mercado fazer ajustes finos", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

As apostas em alta de juros nos EUA no mês que vem ganharam força após o índice do setor de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) atingir em julho a máxima em dez anos. O dado ofuscou a criação de postos de trabalho no setor privado abaixo do esperado no mesmo mês, divulgada mais cedo.

Na véspera, o presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, afirmou que estava pronto para apoiar uma alta de juros em setembro. Nesta sessão, no entanto, o diretor do Federal Reserve Jerome Powell disse que o banco central norte-americano ainda não decidiu se dará início ao aperto monetário no mês que vem.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o correspondente a 874,9 milhões de dólares, ou cerca de 9 por cento do lote total, equivalente a 10,027 bilhões de dólares.

Texto atualizado às 17h37

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