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Dólar sobe pela 3ª sessão e volta a R$3,15 por meta fiscal

Até o anúncio da nova meta fiscal, a moeda norte-americana recuava ante o real, influenciada pelo relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano

Dólar: nos três últimos pregões, o dólar avançou 1,69% ante o real (foto/Thinkstock)

Dólar: nos três últimos pregões, o dólar avançou 1,69% ante o real (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 7 de abril de 2017 às 17h37.

São Paulo - O dólar subiu ante o real pela terceira sessão consecutiva nesta sexta-feira e voltou ao patamar de 3,15 reais, após o governo anunciar uma meta de déficit primário para 2018 pior do que a esperada pelo mercado.

Até o anúncio da nova meta fiscal, a moeda norte-americana recuava ante o real, influenciada pelo relatório sobre o mercado de trabalho norte-americano, que esvaziou as apostas de mais altas de juros na maior economia do mundo neste ano, além das duas já precificadas pelo mercado.

O dólar avançou 0,14 por cento, a 3,1502 reais na venda, maior nível desde 14 de março, quando fechou a 3,1693 reais. Na máxima, a moeda marcou 3,1592 reais e, na mínima, 3,1153 reais. O dólar futuro tinha elevação de 0,09 por cento.

Nos três últimos pregões, o dólar avançou 1,69 por cento ante o real. E na semana, acumulou ganho de 0,61 por cento.

"A notícia é mais uma a mostrar a dificuldade do governo em avançar", resumiu um profissional de uma corretora local lembrando dos percalços com a reforma da Previdência e a fraqueza da economia.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou que a meta de déficit primário do ano que vem será de 129 bilhões de reais para o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência), bem mais do que os 79 bilhões de reais estimados inicialmente para o ano que vem. Para 2019, a meta é negativa em 65 bilhões de reais.

"A revisão da meta era esperada, mas a diferença foi muito grande, o que eleva as incertezas dos investidores. Some a isso o final de semana à frente, o resultado foi dólar em alta", resumiu o operador da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

A trajetória de baixa da moeda na maior parte do dia foi sustentada pelo relatório do mercado de trabalho norte-americano, que ficou aquém do esperado.

"O relatório do mercado de trabalho tirou força dos falcões que queriam três altas de juros neste ano, mas o mercado não está completamente entusiasmado por causa da cena geopolítica", disse mais cedo um gestor de uma corretora nacional.

Mais juros na maior economia do planeta tendem a atrair recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.

Os Estados Unidos criaram 98 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em março, bem menos do que os 180 mil postos projetados em pesquisa da Reuters. Trata-se do menor número de vagas em 10 meses.

Após a divulgação do dado, os juros futuros norte-americanos passaram a indicar menores chances de uma alta de juros em junho --mas ainda majoritárias--, como também em setembro.

O mercado também trabalhou atento ao noticiário geopolítico, depois que os EUA atacaram uma base aérea na Síria de onde autoridades norte-americanas afirmam que foi lançado um ataque com armas químicas nesta semana.

O ataque pode levar a um confronto com a Rússia, que já se posicionou contra, embora o presidente Donald Trump tenha recebido apoio de diversos dirigentes mundiais.

A cautela com a reforma da Previdência no Brasil também seguiu como pano de fundo dos negócios.

"O mercado vai remoer a reforma até que o parecer do relator seja apresentado, depois da Páscoa. Sabe que o governo terá que fazer concessões, mas ainda está acreditando que a reforma passará, o que aliviava um pouco a pressão altista nos negócios hoje", explicou o diretor da consultoria de valores imobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

O relator Arthur Maia (PPS-BA) apresentará seu parecer no próximo dia 18 de abril.

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão. Em maio, vencem 6,389 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

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