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Dólar sobe para maior nível em 2 anos e meio, R$3,96, com tensão eleitoral

O dólar avançou 1,10 por cento, a 3,9577 reais na venda, maior nível desde os 4,0035 reais de 29 de fevereiro de 2016

Dólar: Na máxima da sessão, a moeda foi a 3,9724 reais (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: Na máxima da sessão, a moeda foi a 3,9724 reais (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 17h16.

Última atualização em 20 de agosto de 2018 às 18h03.

São Paulo- O dólar subiu para seu maior nível em dois anos e meio nesta segunda-feira, 20,  acima de 3,95 reais, com os investidores cautelosos com a cena eleitoral doméstica após a pesquisa eleitoral CNT/MDA mostrar que o candidato que mais agrada ao mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), continuava com pequena fatia do eleitorado, bem atrás de outros postulantes.

Havia ainda expectativa pelos números que seriam divulgados após o fechamento do mercado pelo Ibope, que poderiam ou não corroborar os dados da CNT.

O dólar avançou 1,10 por cento, a 3,9577 reais na venda, maior nível desde os 4,0035 reais de 29 de fevereiro de 2016. Na máxima da sessão, a moeda foi a 3,9724 reais. O dólar futuro tinha avanço de cerca de 1,15 por cento.

"Qualquer candidato que mostre crescimento melhor que Alckmin vai fazer preço", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

De acordo com a pesquisa CNT/MDA, Lula tem 37,3 por cento das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PSL), com 18,8 por cento, Marina Silva (Rede), com 5,6 por cento, Alckmin, com 4,9 por cento, e Ciro Gomes (PDT), com 4,1 por cento.

O mercado avalia que Alckmin é mais comprometido com reformas que considera necessárias ao ajuste fiscal do país.

O levantamento da CNT/MDA não trouxe cenários sem a presença de Lula. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) é o provável substituto do líder petista, que está preso desde abril passado e deve ser impedido de concorrer à Presidência por conta da Lei da Ficha Limpa.

Depois do fechamento dos mercados nesta sessão, será divulgada outra pesquisa para as eleições de outubro, do Ibope. E na madrugada de quarta-feira, está prevista pesquisa do Datafolha.

No exterior, o dólar caía ante a cesta, mas subia ante a maioria das divisas de países emergentes, como contra os pesos mexicano e chileno.

O dólar bateu mínimas ante a cesta depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reclamou da política de alta de juros do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell.

No final da tarde, o dólar renovou essa mínima contra as seis principais moedas globais com novas críticas de Trump ao Fed em entrevista exclusiva à Reuters.

Ainda sobre os juros norte-americanos, o presidente do Federal Reserve de Atlanta e membro votante do banco central dos EUA, Raphael Bostic, disse nesta segunda-feira que está mantendo sua expectativa de mais um aumento de juros neste ano, à medida que tensões comerciais e eventos internacionais adicionaram algum risco de baixa à forte perspectiva econômica dos EUA.

O Fed divulga a ata do último encontro de política monetária, quando a taxa de juros do país ficou inalterada, na quarta-feira.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 3,36 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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