Mercados

Dólar sobe mais de 2% e encosta em R$3,13

Em dia de mau humor generalizado, o dólar fechou com alta de 2,39%, a R$ 3,1297


	Nota de dólar: nível de fechamento desta sessão foi o maior desde 22 de junho de 2004
 (Arquivo/Agência Brasil)

Nota de dólar: nível de fechamento desta sessão foi o maior desde 22 de junho de 2004 (Arquivo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2015 às 17h39.

São Paulo - O dólar fechou com alta de mais de 2 por cento nesta segunda-feira, avançando pela sexta sessão seguida, diante de preocupações com a oposição à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.

A moeda norte-americana subiu 2,39 por cento, a 3,1297 reais na venda, após marcar na sessão anterior a maior alta semanal desde a crise financeira de 2008. O nível de fechamento desta sessão foi o maior desde 22 de junho de 2004, quando a divisa ficou em 3,133 reais.

Na máxima do dia, atingiu 3,1331 reais, maior cotação intradia desde junho de 2004. Nos últimos seis pregões, o dólar acumulou alta de 7,02 por cento.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 877 milhões de dólares nesta sessão.

"Não tem nenhum vendedor (de dólares) no mercado. Quem vir motivos pontuais para explicar essa alta está chutando, a verdade é que há um pânico generalizado", disse o operador de um importante banco nacional.

No domingo, durante a transmissão pela TV de discurso em que defendeu que o ajuste econômico atualmente em curso no Brasil vai durar o tempo que for necessário, Dilma foi vaiada em diversas cidades, enquanto pedia união e paciência.

As manifestações "deixam evidente o forte nível de desaprovação pelo qual a atual gestão vem passando", escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho.

Ele lembrou ainda a divulgação da lista de investigação de dezenas de parlamentares devido ao caso de corrupção da Petrobras, "potencializando ainda mais a falta de credibilidade de nossas lideranças".

À tarde, a agência de classificação de risco Moody's disse que a investigação de corrupção na Petrobras vai afetar de forma negativa partes dos setores público e privado brasileiro.

As medidas de reequilíbrio das contas públicas vinham servindo como um alento para investidores em meio à perspectiva de contração econômica e inflação de mais de 7 por cento neste ano.

Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos. O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.

Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, todos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e equivalentes a 98,3 milhões de dólares. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi vendido.

O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 22 por cento do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares.

*Atualizada às 17h39 do dia 09/03/2015

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedasMercado financeiroReal

Mais de Mercados

A nova aposta do Google: data centers alimentados por energia nuclear

Airbnb vai adotar tecnologia 'antifesta' em reservas no Halloween

Com chips de IA, Qualcomm tem maior alta na bolsa em seis meses

Ibovespa bate novo recorde com otimismo após encontro de Lula e Trump