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Dólar sobe mais de 1% por preocupação com China

Operadores também continuavam apreensivos com as perspectivas para as contas públicas brasileiras


	Dólar: a atividade no setor industrial da China encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos
 (Ingram Publishing/ThinkStock)

Dólar: a atividade no setor industrial da China encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos (Ingram Publishing/ThinkStock)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2015 às 10h54.

São Paulo - O dólar avançava mais de 1 por cento ante o real nesta terça-feira, em alta pelo terceiro pregão seguido, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas preocupações com a China, após dados fracos sobre a indústria na segunda maior economia do mundo.

Operadores também continuavam apreensivos com as perspectivas para as contas públicas brasileiras, após o governo enviar ao Congresso na véspera Orçamento prevendo inédito déficit primário no ano que vem.

Às 10h33, o dólar avançava 1,07 por cento, a 3,6658 reais na venda, após encerrar agosto com alta de 5,91 por cento e acumular no ano valorização de 36 por cento.

"Se agosto foi ruim, setembro começa tão mal quanto", escreveu em nota a cliente o operador da corretora SLW João Paulo De Gracia Corrêa.

A atividade no setor industrial da China encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos em agosto, mostrou o índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial.

Preocupações com a economia chinesa, referência para investidores em mercados emergentes e importante parceiro comercial do Brasil, têm provocado apreensão nos mercados globais.

No Brasil, o mercado demonstrava cada vez mais nervosismo sobre a perspectiva de perda do selo de bom pagador do país diante da deterioração das contas públicas do país.

Em relatório entitulado "Admitindo a Derrota", a estrategista para a América Latina do grupo financeiro Jefferies, Siobhan Morden, afirmou que, ao admitir déficit primário para o ano que vem, o governo "completamente paralisa o processo de ajuste". Ela ressaltou ainda que eventual saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do governo não seria mais uma surpresa tão grande quanto há alguns meses.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro dará início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com leilão de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, a autoridade monetária rolará o lote integral, correspondente a 9,458 bilhões de dólares.

Na véspera, o BC fez leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas a intervenção não foi suficiente para evitar que a moeda norte-americana subisse mais de 1 por cento sobre o real. Como nos últimos meses, a autoridade monetária não fez leilão de swaps cambiais no último pregão de agosto.

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