Mercado: o cenário de maior cautela endossava também correção após a moeda norte-americana acumular perdas de quase 3,50% nos dois pregões passados (Jose Luis Gonzalez/Reuters)
Reuters
Publicado em 11 de julho de 2018 às 13h09.
São Paulo - O dólar subia mais de 1 por cento sobre o real nesta quarta-feira, em meio ao ambiente de aversão ao risco no exterior, depois que os Estados Unidos ameaçaram adotar novas tarifas sobre produtos da China, enquanto investidores seguiam atentos a possível atuação extraordinária do Banco Central.
O cenário de maior cautela endossava também correção após a moeda norte-americana acumular perdas de quase 3,50 por cento nos dois pregões passados.
Às 12:21, o dólar avançava 1,39 por cento, a 3,8503 reais na venda. O dólar futuro subia cerca de 0,90 por cento.
"A busca por risco observada nos últimos dias sofre sério revés (em escala global) após (o presidente dos EUA) Donald Trump voltar a engrossar o tom em termos de guerra comercial", apontou a corretora H.Commcor em relatório.
O governo norte-americano elevou as tensões na disputa com Pequim ao ameaçar impor tarifas a uma lista de 200 bilhões de dólares em importações chinesas, medida que atingiu os ativos de maior risco do mundo todo.
Na sequência, a China acusou o país de intimidação e alertou que vai responder, chamando as ações dos EUA de "completamente inaceitáveis" e dizendo que precisa contra-atacar para proteger seus interesses.
No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas e subia frente algumas moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólares.
Com isso, rolou o equivalente a 4,9 bilhão de dólares do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para este pregão, por enquanto.