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Dólar sobe mais de 1% e vai acima de R$3,40

A moeda subiu mais de 1% hoje, fechando acima dos R$ 3,40 pela primeira vez em mais de 12 anos


	Dólar: a moeda americana subiu 1,59%, a R$ 3,4247 na venda
 (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: a moeda americana subiu 1,59%, a R$ 3,4247 na venda (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2015 às 17h56.

São Paulo  - O dólar subiu mais de 1 por cento nesta sexta-feira, fechando acima dos 3,40 reais pela primeira vez em mais de 12 anos, com as incertezas políticas e econômicas no Brasil pesando e levando os especialistas a apontarem tendência de alta pelo menos no curto prazo.

A moeda norte-americana subiu 1,59 por cento, a 3,4247 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 20 de março de 2003, quando encerrou a 3,478 reais. Também em março de 2003 havia sido a última vez que o dólar tinha ido acima do patamar de 3,40 reais.

Na semana, a divisa subiu 2,32 por cento e, no mês, o avanço foi de 10,16 por cento, maior alta mensal desde março (11,7 por cento). No ano, a moeda norte-americana acumula alta de 28,8 por cento.

"O que preocupa bastante no futuro são os números da economia brasileira. Com os dados ruins, vamos ficando cada vez mais perto de perder o grau de investimento", disse o superintendente regional de câmbio da SLW, João Paulo De Gracia Correa, para quem o dólar pode ir "facilmente" acima de 3,60 reais se o país for rebaixado.

Na terça-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's alertou que o Brasil pode perder o status de bom pagador devido a riscos políticos, com denúncias de corrupção no âmbito da Lava Jato, e econômicos.

"Vemos o governo fragilizado, a economia fraca, falta de união na base aliada e números cada vez piores... Estamos ficando cada vez mais próximos de perder grau de investimento", disse. Nesta sessão, o resultado fiscal ajudou a azedar o humor dos investidores, após o governo informar déficit primário de 9,323 bilhões de reais em junho, pior leitura para o mês da história, número que ressalta as dificuldades do governo para equilibrar as contas públicas.

"Para qualquer lado que você olhar tem notícia ruim, seja fiscal ou política", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Além disso, os investidores também especulavam sobre a rolagem dos swaps cambiais --contratos que equivalem à venda futura de dólares-- que vencem em setembro, correspondentes a 10,027 bilhões de dólares.

O BC rolou pouco menos de 60 por cento dos swaps que vencem na segunda-feira, a menor proporção em mais de um ano.

O mercado questiona se a autoridade monetária continuará com a estratégia de rolagens reduzidas diante da escalada recente da moeda norte-americana, que tende a pressionar a inflação.

"Num momento como este, o BC não deve anunciar uma rolagem menor e se fizer isso vai causar mais estresse no mercado", disse o operador de câmbio da Correparti Corretora Jefferson Luiz Rugik, para quem o dólar pode ir a 3,50 reais no curto prazo.

Durante a manhã, a briga pela formação da Ptax, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais, deixou a moeda norte-americana volátil, com investidores disputando para deslocar a taxa a patamares favoráveis a suas posições.

No exterior, o dólar recuava em relação a uma cesta de moedas, após avançar com força nas últimas sessões diante das expectativas de alta de juros nos Estados Unidos e preocupações com a desaceleração da economia chinesa.

Texto atualizado às 17h56
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