Dólar: arrancada desta manhã levou o dólar para perto de 3,47 reais, nível considerado perigoso pelos profissionais do mercado (.)
Reuters
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 10h53.
Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 11h35.
São Paulo - O dólar disparou nesta sexta-feira e operava em alta de cerca de 1,5 por cento ante o real, com investidores reagindo a notícias envolvendo o presidente Michel Temer e que podem atrapalhar os planos do governo de aprovar importantes medidas econômicas no Congresso Nacional.
Às 10:19, o dólar avançava 1,24 por cento, a 3,4359 reais na venda, depois de bater 3,4694 reais na máxima do dia, com valorização de 2,22 por cento. O dólar futuro subia cerca de 1,4 por cento esta manhã.
"Está havendo uma crise política que, caso se alastre, vai dificultar a aprovação de reformas, o que pega no mercado", comentou o operador da Ouro Minas Corretora, Maurício Gaioti.
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirmou em depoimento à Polícia Federal que Temer o pressionou para encontrar uma "saída" para o caso de uma obra de interesse do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ampliando uma crise que inicialmente se restringia a Geddel e agora ameaça respingar no presidente.
A arrancada desta manhã levou o dólar para perto de 3,47 reais, nível considerado perigoso pelos profissionais do mercado e que pode levar o Banco Central a atuar ainda neste pregão.
No último dia 11, quando o dólar encostou em 3,40 reais, o BC fez dois leilões de swaps tradicionais --equivalente à venda futura de moeda -- tanto para rolagem quando para colocar novos contratos no mercado.
"São grandes as chances de o BC fazer um leilão extraordinário pela manhã", comentou o operador de renda fixa da corretora Mirae Asset, Olavo Souza.
O BC esteve fora nos últimos dois pregões e tem avisado que atua para corrigir distorções do mercado, estouro da volatilidade.
A delação premiada de executivos da Odebrecht também era citada nas mesas de operação como um foco de preocupação.
Com o local dominando as atenções, o cenário exterior acabou ficando em segundo plano. O dólar cedia ante uma cesta de divisas.
Na véspera, os mercados norte-americanos estiveram fechados pelo feriado do Dia de Ação de Graças e, neste pregão, fecham mais cedo, o que deve limitar a liquidez em outras praças.