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Dólar bate 4,13 reais após ameaças de Trump

Às 14:30, o dólar avançava 1,43%, a 4013 reais na venda.

Dólares (iStock/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 09h49.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 15h22.

São Paulo — O dólar mostra intensa volatilidade frente ao real nesta sexta-feira, digerindo dados dos Estados Unidos, comentários do chairman do Federal Reserve e novas ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, contra a China.

Às 14:30, o dólar avançava 1,43%, a 4,13 reais na venda. Já é a maior cotação intraday (durante os negócios) do ano.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,15%, a 4,0776 reais na venda, maior patamar desde 20 de maio.

Pela manhã, a moeda foi impulsionada por temores comerciais entre Estados Unidos e China. Mas virou para queda depois do discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, segundo o qual o banco central dos EUA vai "agir conforme apropriado" para apoiar a economia, o que elevou expectativas de novos cortes de juros.

Na esteira dos comentários, o dólar foi à mínima da sessão, de 4,0510 reais. Mas rapidamente anulou a queda e passou a subir depois de Trump afirmar no Twitter que retaliará tarifas anunciadas pela China contra produtos norte-americanos, num sinal de que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo está longe de um fim.

O assessor de Comércio da Casa Branca, Peter Navarro, disse à Fox Business News separadamente que as negociações comerciais com a China ainda serão feitas a portas fechadas.

Para o diretor da corretora Mirae Asset Pablo Spyer, o forte abalo do câmbio e da bolsa brasileira hoje também pode ser creditado ao atraso na apreciação da reforma da Previdência no Senado. "Se atrasa a reforma, a bolsa cai e o dólar sobe. Se além disso, o Trump briga mais com a China, a bolsa cai mais e o dólar sobe mais".

O real liderava as baixas contra o dólar frente a outras moedas, destacou o economista-chefe da Necton, André Perfeito, em relatório. "Este comportamento do real pode ser creditado ao agravamento da crise amazônica onde mais lideranças do mundo se juntam a Macron na elevação do tom contra Brasília. ", escreveu.

Na cena doméstica, o BC vendeu todos os 550 milhões de dólares em moeda física nesta sexta-feira e negociou ainda todos os 11 mil contratos de swap cambial reverso ofertados, nos quais assume posição comprada em dólar.

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