Mercados

Dólar sobe em meio a cautela antes de reuniões de BCs globais

Para especialistas, forte queda da moeda na semana passada abriu espaço para que o mercado realizasse alguns ajustes

Na semana passada, dólar registou queda acumulada de 1,512% (Gary Cameron/Reuters)

Na semana passada, dólar registou queda acumulada de 1,512% (Gary Cameron/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 18h36.

O dólar encerrou em alta contra o real nesta segunda-feira (9), depois de acumular queda de cerca de 1,5% na semana anterior, com agentes do mercado atentos ao calendário de reuniões dos principais bancos centrais globais e à espera de cortes futuros de juros.

O dólar à vista teve alta de 0,46%, a 4,0993 reais na venda, apesar de ter operado em queda durante parte da sessão. Na mínima, a cotação foi a 4,0485 reais, piso intradia desde 22 de agosto.

Neste pregão, o dólar futuro tinha valorização de 0,90%, a 4,1050 reais.

A moeda norte-americana registrou na semana passada queda acumulada de 1,512%, primeira desvalorização semanal desde 12 de julho, quando registrou variação negativa de 2,113%.

Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a forte queda do dólar na semana anterior abriu espaço para que o mercado realizasse alguns ajustes diante de incertezas sobre a política monetária dos principais bancos centrais.

"Apesar de inúmeras sinalizações, ninguém sabe o que vai acontecer efetivamente e isso dá margem para cautela. É importante lembrar que o cenário todo ainda é de muita incerteza", afirmou.

O Banco Central Europeu divulgará na quinta-feira (12) sua decisão sobre a política monetária, com operadores apostando em uma redução nos custos dos empréstimos. O Federal Reserve, por sua vez, se reunirá nos dias 17 e 18 de setembro para uma decisão sobre a taxa de juros.

Nesta segunda-feira, os juros futuros dos Estados Unidos indicavam que operadores veem 93,5% de chance de o Fed cortar juros em 0,25 ponto percentual na próxima reunião, e 6,5% de chance de a autoridade monetária manter a política monetária estável, de acordo com a ferramenta Fedwatch do CME Group.

Para Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio e sócio da Frente Corretora, não há expectativa de que a valorização do dólar -resultado do temor de uma recessão global combinado ao fluxo de saída de capitais dos mercados emergentes- ceda no curto prazo "já que um acordo entre Estados Unidos e China está cada vez mais distante".

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda-feira que não vê ameaça de uma recessão enquanto o governo Trump tenta reviver as negociações comerciais com a China, acrescentando que espera um ano positivo pela economia dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)MoedasReal

Mais de Mercados

Ações da IBM têm maior alta em 24 anos após forte desempenho financeiro

Bolsas da Ásia sobem com ganhos em Wall Street, mas techs sul-coreanas caem

Apple (AAPL) tem aumento de 7,1% no lucro líquido do 1º trimestre fiscal

Ouro futuro bate recorde em meio a onda de incertezas com EUA