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Dólar sobe e volta a R$3,30 de olho em questão fiscal doméstica

Investidores também mostraram preocupação com possíveis impactos da reforma tributária na atividade econômica dos EUA

Dólar: (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 17h14.

São Paulo - O dólar encerrou a terça-feira praticamente estável ante o real com investidores demonstrando preocupação com a questão fiscal doméstica e com possíveis impactos da reforma tributária norte-americana na atividade econômica dos EUA.

O dólar recuou 0,04 por cento, a 3,2966 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,2831 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,03 por cento.

O movimento neste pregão foi contido após o Banco Central brasileiro aumentar sua intervenção no mercado.

"O mercado achou ruim as declarações do Meirelles, é uma forma de admitir que a reforma da Previdência não vai passar", avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, ao citar a fala do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a possibilidade de se elevar os impostos.

Nesta terça-feira, o ministro não descartou o aumento de impostos no ano que vem para compensar a não aprovação de medidas fiscais enviadas pelo governo, e reconheceu que há risco de rebaixamento da nota de crédito do Brasil antes da votação da reforma da Previdência.

Essa notícia se somou ao mal-estar causado pela decisão na véspera do ministro Ricardo Lewandoski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu por meio de liminar os efeitos de artigos da medida provisória 805/2017, que adia reajuste de servidores federais.

Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, Meirelles pontuou, no entanto, que a Advocacia Geral da União (AGU) está verificando o que é possível fazer para recorrer de liminar do STF.

O movimento doméstico do dólar, no entanto, se contrabalançou com o recuo da moeda ante outras divisas no exterior, à espera da votação da reforma tributária no Congresso norte-americano.

"O corte de impostos norte-americano tem dado o norte para os negócios nos últimos dias. Mais do que a aprovação da proposta dos republicanos em si, o que os investidores querem sentir é a capacidade do presidente Donald Trump de levar seus projetos adiante", destacou a Advanced Corretora em relatório.

O início da votação pela Câmara dos Deputados norte-americana estava previsto para as 16:30 (horário de Brasília), com a votação no Senado acontecendo mais tarde ou no dia seguinte. O presidente, assim, poderia sancionar o texto antes do Natal.

O dólar recuava levemente ante a cesta de moedas e também sobre algumas divisas de países emergentes.

O BC vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura dedólares, para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a 9,1 bilhões dedólares do total de 9,638 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.

A autoridade também fez seu terceiro leilão de linha, venda com compromisso de recompra dedólares, neste mês, com nova oferta de até 2 bilhões de dólares, vendida integralmente. O leilão não era para rolar contratos já existentes. 

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