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Dólar sobe e volta a R$3,25 com temor sobre juros nos EUA

Depois de recuar quase 1 por cento nos três pregões anteriores, o dólar subiu acompanhando a cena externa

Dólar: no exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes (AFP/AFP)

Dólar: no exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes (AFP/AFP)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 17h07.

São Paulo - Depois de recuar quase 1 por cento nos três pregões anteriores, o dólar subiu e voltou ao patamar de 3,25 reais nesta terça-feira, acompanhando a cena externa em meio aos temores de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa subir mais os juros do que o esperado, afetando assim o fluxo de capital no mundo.

O dólar avançou 0,54 por cento, a 3,2500 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,2229 reais no pregão e a máxima de 3,2560 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,80 por cento no final da tarde.

"A sessão de perguntas e respostas tirou o teor 'dovish' que esperavam", afirmou um operador de uma corretora nacional, referindo-se ao depoimento que o chair do Fed, Jerome Powell, deu ao Congresso norte-americano nesta tarde.

Ele afirmou que, pessoalmente, via que a perspectiva sobre a atividade econômica nos Estados Unidos havia se fortalecido de dezembro para cá e que sua confiança estava maior de que a inflação subiria. Foi a senha para os mercados globais reagirem com força diante de novos temores de que os juros possam subir mais do que o esperado.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

Os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos também subiam, enquanto que os juros futuros do país recuavam com os investidores vendo maiores chances de quatro altas nos juros do Fed em 2018, uma a mais do que os membros do Fed prevêem.

Juros mais elevados na maior economia do mundo têm potencial para atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Antes da sessão de perguntas e respostas, quando o discurso de Powell preparado para a sessão foi divulgado, o mercado respirou aliviado porque havia entendido que ele apenas reforçava a visão de alta "gradual" dos juros.

No texto, Powell, prometendo "encontrar o equilíbrio" entre o risco de uma economia superaquecida e a necessidade de manter o crescimento, disse que o banco central norte-americano manterá aumentos graduais na taxa de juros, apesar do estímulo adicional com o corte de impostos e gastos governamentais.

A economia dos Estados Unidos tem dado sinais de força, sobretudo no mercado de trabalho, o que chegou a alimentar forte aversão ao risco nos mercados globais recentemente por temores de que os juros poderiam subir mais rapidamente.

O Banco Central brasileiro concluiu nesta sessão a rolagem do vencimento de março de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Vendeu 9,1 mil contratos, rolando o total de 6,154 bilhões de dólares.

O próximo vencimento acontece em abril, no total de 9,029 bilhões de dólares, segundo dados do BC. O estoque total de swaps atualmente é de 23,796 bilhões de dólares.

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