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Dólar sobe e vai à casa de R$3,17, com temor pelas reformas

O investidor também acompanhou a proposta de Trump para reduzir a alíquota de imposto corporativo e sobre os lucros das empresas

Dólar: o Banco Central vendeu, pelo sétimo pregão seguido, mais um lote de 16 mil swaps cambiais tradicionais (leviticus/Thinkstock)

Dólar: o Banco Central vendeu, pelo sétimo pregão seguido, mais um lote de 16 mil swaps cambiais tradicionais (leviticus/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 26 de abril de 2017 às 17h35.

São Paulo - O dólar fechou em alta nesta quarta-feira, pelo segundo pregão seguido e indo ao patamar de 3,17 reais, acompanhando o cenário externo e em meio à preocupação dos investidores com o andamento das reformas no Brasil, em especial a da Previdência, após o governo do presidente Michel Temer sofrer uma derrota no Congresso Nacional.

O dólar avançou 0,68 por cento, a 3,1730 reais na venda, após bater 3,2080 reais na máxima do dia, maior patamar intradia desde 19 de janeiro passado (3,2325 reais).

O dólar futuro tinha alta de 0,90 por cento no final da tarde.

"Os prometidos cortes de impostos nos Estados Unidos devem impulsionar a economia norte-americana e favorecem os ganhos do dólar em nível global", afirmou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs nesta quarta-feira reduzir a alíquota de imposto corporativo e sobre os lucros das empresas, ao mesmo tempo em que oferece isenções fiscais para os norte-americanos em um esboço de suas metas para a política tributária.

As medidas podem gerar mais inflação nos Estados Unidos e levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a aumentar as taxas de juros no país além do esperado, alimentando o potencial de atração de recursos hoje aplicados em outras praças, como a brasileira.

Atualmente, o mercado precifica mais duas altas de juros nos Estados Unidos neste ano.

No exterior, o dólar subiu o dia todo ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno.

No cenário interno, a alta firme do dólar durante toda a sessão veio das preocupações dos investidores com a aprovação da reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem, sobretudo depois do revés na votação do projeto de socorro fiscal a Estados endividados.

Na noite passada, a Câmara dos Deputados aprovou destaque ao projeto de socorro fiscal para Estados superendividados que retira a exigência de os entes participantes do regime de recuperação aumentarem para 14 por cento a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores estaduais, impondo uma derrota ao governo.

"Quanto mais perto de 3,20 reais, maior é o sinal de desconfiança do mercado", avaliou o diretor de câmbio do correspondente cambial Abrão Filho, Fernando Oliveira, para quem a tendência mudará para de alta caso a moeda norte-americana se firmar no nível de 3,20 reais.

A briga pela formação da Ptax de final de mês, segundo os profissionais, também contribuiu para a alta do dólar nesta sessão.

O Banco Central vendeu, pelo sétimo pregão seguido, mais um lote de 16 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em maio. Dessa forma, já rolou 5,6 bilhões de dólares do total de 6,389 bilhões de dólares.

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