Invest

Dólar sobe e real tem pior desempenho global em meio a riscos fiscais

Moeda americana recuou das máximas do dia após intervenção do Banco Central

Dívida nos EUA: empresas exportadoras são as principais candidatas (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

Dívida nos EUA: empresas exportadoras são as principais candidatas (Antara Foto/Hafidz Mubarak/Reuters)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 17h32.

O dólar fechou em alta nesta terça-feira, com o mercado mostrando receios de mais despesas públicas sem contrapartidas fiscais. Os temores levaram o real, mais uma vez, ao pior desempenho no mundo entre as moedas globais, mesmo com o Banco Central intervindo e vendendo de 1 bilhão de dólares no mercado de derivativos.

Não caia em furada. Saiba como investir bem e com as melhores recomendações do maior banco de investimentos da América Latina

Nesta terça-feira, a moeda americana subiu 0,192% contra o real, e encerrou o dia negociada a 5,389 reias. Na máxima, a moeda foi a 5,4483 reais (+1,41%), antes de, na mínima, descer a 5,3546 reais (-0,33%).

O real não apenas liderou as perdas nos mercados de câmbio como foi apenas uma das três moedas dentre 33 pares do dólar a recuar. Peso colombiano (-0,15%) e peso argentino (-0,11%) também caíam no dia em que o índice do dólar recuava 0,55% globalmente.

A maior preocupação é a possível renovação do auxílio emergencial sem contrapartidas de corte de gastos. Internamente todas as atenções estão voltadas para Brasília. Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, o Congresso estuda viabilizar a renovação do benefício sem a contrapartida de cortes de despesas e fora do teto de gastos. O presidente Jair Bolsonaro já sinalizou que deve haver a extensão do auxílio.

O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou a respeito do tema em evento virtual realizado nesta terça-feira. Segundo ele, há forte impacto da questão fiscal sobre a volatilidade do câmbio, o que é preocupante. Campos Neto também afirmou que a recuperação econômica do Brasil “perdeu o momento”.

“Mais uma vez o Campos Neto mostra que a situação financeira do país é conturbada e estende a bandeira da necessidade da austeridade fiscal”, diz Henrique Esteter, analista da Guide.

Intervenção do Banco Central

Na máxima da sessão, alcançada por volta de 13h20, o dólar saltou 1,41%, para perto de 5,45 reais, e manteve-se próximo desse patamar até 14h11, quando o BC anunciou o primeiro leilão de swap cambial, com oferta de até 20 mil contratos (1 bilhão de dólares).

Nesse leilão, foram vendidos 14.300 contratos. O BC, então, anunciou às 14h57 a segunda operação do dia, disponibilizando os demais 5.700 contratos, que posteriormente foram colocados integralmente no mercado.

O BC não fazia oferta líquida de swaps cambiais tradicionais desde 11 de janeiro deste ano, quando leiloou 10 mil contratos (500 milhões de dólares).

O primeiro leilão de swap desta terça, com lote de 20 mil papéis, foi o maior desde 14 de maio do ano passado, quando o BC disponibilizou a mesma quantia de contratos, num período em que o mercado ainda tentava se estabilizar após o choque em março decorrente da pandemia.

*Com redação

Acompanhe tudo sobre:DólarReuters

Mais de Invest

Banco do Brasil (BBAS3) vai pagar R$ 2,76 bilhões em JCP referente ao 3º tri

Banco do Brasil tem lucro de R$ 9,5 bilhões no 3º tri, alta de 8%

Nubank supera consenso, com lucro de US$ 553 milhões no terceiro trimestre

Estrangeiros tiram mais de R$ 1 bi da B3 desde vitória de Donald Trump