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Dólar sobe e fecha na máxima em 6 semanas

Durante o dia, a moeda chegou a superar os R$ 4,20

Dólar: no mercado à vista, o dólar subiu 0,15%, a R$ 4,19 na venda (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: no mercado à vista, o dólar subiu 0,15%, a R$ 4,19 na venda (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 17h20.

Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 17h50.

São Paulo — A tentativa de alívio no mercado de câmbio não se sustentou, e o dólar voltou a fechar em alta nesta quinta-feira, depois de superar os 4,20 reais pela primeira vez desde o começo de dezembro, com operadores ainda à espera de sinais mais concretos de melhora da economia e de retorno de ingressos de recursos.

No mercado à vista, o dólar subiu 0,15%, a 4,1912 reais na venda. É o nível mais alto para um encerramento de sessão deste 4 de dezembro de 2019 (4,2023 reais na venda).

Na máxima, a cotação foi a 4,2020 reais na venda (+0,41%), depois de mais cedo cair a 4,1604 reais na venda (-0,59%).

"O real está tendo uma piora significativa em relação aos pares, indo para o pior momento em muito tempo. Como posição em pré (prefixado) é mais difícil de zerar, as pessoas acabam comprando dólar", disse Renato Botto, gestor sênior na Absolute Investimentos.

Os juros futuros de um dia negociados na B3 <0#DIJ:> subiram forte nesta sessão. Luis Laudisio, operador da Renascença, citou expectativa de que o Tesouro Nacional faça ampla oferta de prefixados, especialmente com vencimento em 2031, o que acabou colaborando para aumento de prêmios na curva a termo.

O dólar sobe 4,44% ante o real neste ano, o que coloca a divisa brasileira na lanterna entre 33 rivais neste ano.

Analistas têm repetido que a taxa de câmbio tem sido pressionada neste começo de ano por sinais em série de perda de vigor da atividade econômica. O IBC-Br de novembro, divulgado mais cedo, até veio melhor que o esperado, mas o dado de outubro foi revisado para baixo, o que frustrou parte da leitura positiva do indicador.

Quanto menos ímpeto para a atividade, menor chance de retorno de fluxos de investimento estrangeiro, o que pega o país num quadro de carência de fluxo cambial. No ano passado, mais de 44 bilhões de dólares deixaram o Brasil, em termos líquidos, considerando o movimento de câmbio contratado. Foi o pior desempenho anual da história.

"Estou zerado", disse o profissional de uma grande gestora em São Paulo, explicando posição mais defensiva de um começo de ano mais fraco para os mercados domésticos.

A recuperação do dólar ante o real nesta sessão também foi alavancada pelo exterior, onde a moeda dos EUA também ganhava terreno depois de firmes dados da economia norte-americana.

O índice do dólar frente a uma cesta de divisas subia 0,09% no fim da tarde, depois de cair mais cedo ao menor patamar em uma semana.

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