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Dólar sobe e fecha a R$3,34 com cautela por cenário externo

Desvalorização do preço do petróleo e preocupações com encontros do Federal Reserva fizeram a moeda americana subir


	Dólar: desvalorização do preço do petróleo e preocupações com encontros do Federal Reserva fizeram a moeda americana subir
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólar: desvalorização do preço do petróleo e preocupações com encontros do Federal Reserva fizeram a moeda americana subir (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 17h35.

São Paulo - O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, influenciado pela desvalorização do preço do barril do petróleo e continuidade das preocupações com os encontros do Federal Reserve e do banco central do Japão na próxima semana, bem como com as eleições presidenciais norte-americanas.

O dólar avançou 0,79 por cento, a 3,3430 reais na venda, renovando o maior patamar desde 7 de julho (3,3659 reais). No mês, a moeda norte-americana subiu em quase todas as sessões até agora, marcando apenas duas quedas, e acumula valorização de 3,52 por cento no período.

Na mínima do dia, a moeda marcou 3,2985 reais e, na máxima, 3,3469 reais.

"O dólar trabalhou bem sintonizado com o petróleo", destacou o analista de câmbio Gradual Investimentos, Marcos Jamelli, ao exemplificar que a moeda chegou a cair pela manhã, quando o petróleo exibia recuperação.

A cotação elevada da moeda também atraiu fluxo vendedor, ajudando a moeda a perder força durante a manhã.

"O exterior continua pautando os negócios, mas houve um fluxo pontual de exportadores que puxou o preço para baixo", afirmou mais cedo o operador da corretora Advanced Alessandro Faganello.

Os encontros do Fed e do banco central do Japão na próxima semana estão sendo aguardados com ansiedade pelo mercado.

"Desde sexta-feira o mercado está de olho no que o Fed vai fazer. A situação atual do mercado mostra que os investidores estão diminuindo posições nessa expectativa", avaliou o economista da BGC Liquidez Alfredo Barbutti.

A proximidade da reunião de política monetária do Fed se soma às dúvidas do mercado sobre a eficácia dos estímulos monetários de outros bancos centrais, sobretudo depois que o Banco Central Europeu (BCE) disse não ter discutido um aumento nesses estímulos em sua última reunião.

Para analistas, o banco central japonês avaliará no encontro tornar a taxa de juros negativa o ponto central de futuros afrouxamentos monetários, transformando os juros como sua principal meta de política monetária em lugar da base monetária.

Na abertura dos negócios domésticos, o dólar chegou a recuar também em resposta à redução pela metade da oferta de contratos de swap cambial reverso, que equivale a uma compra futura de dólares. No leilão desta manhã, toda a oferta de 5 mil contratos foi vendida.

Para alguns profissionais, o Banco Central apenas retirou volatilidade da moeda, diminuindo pressão de compra depois que o dólar subiu 10 centavos do dia 8 (3,2104 reais no fechamento) até a véspera (3,3168 reais).

"Foi correto reduzir o swap, para não colocar gasolina na fogueira. O dólar rompeu 3,30 reais bem rápido e o BC está se adequando à percepção de risco", disse o estrategista-chefe Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno.

A seu ver, o BC está reconhecendo o risco de a moeda norte-americana entrar em trajetória de apreciação por causa do Fed e das eleições norte-americanas, e já está se adequando à medida que o cenário para a moeda está se alterando.

"Mudanças na oferta (do swap) dependerão dos acontecimentos da próxima semana e da resposta do mercado", disse Barbutti, da BGC Liquidez. 

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