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Dólar sobe e encosta em R$3,28 com temor sobre cena política

O presidente Temer é alvo de inquérito no STF por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça

Dólar: "O maior risco para o mercado é Temer continuar e não ter governabilidade" (foto/Thinkstock)

Dólar: "O maior risco para o mercado é Temer continuar e não ter governabilidade" (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 17h18.

São Paulo - O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, encostando em 3,28 reais, com os investidores temerosos com a cena política depois das denúncias que atingiram em cheio o presidente Michel Temer na semana passada e com as consequências sobre o andamento de reformas no Congresso Nacional, sobretudo a da Previdência.

O dólar avançou 0,59 por cento, a 3,2763 reais na venda, depois de fechar a semana passada com alta acumulada de 4,26 por cento.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,3197 reais e, na mínima, 3,2582 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,65 por cento no final da tarde.

"O maior risco para o mercado é Temer continuar e não ter governabilidade, não conseguir aprovar as reformas", afirmou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado. "Há ainda preocupação com eleição direta, por causa do risco de entrar algum partido que não dê prosseguimento às reformas", acrescentou ele.

Temer é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, em investigação aberta com base em acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS. Temer teve uma conversa gravada pelo empresário.

O STF só vai analisar o pedido do presidente para suspender o inquérito, que estava previsto para esta quarta-feira, após a conclusão de uma perícia na gravação. Ou seja, o inquérito continua correndo normalmente.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou mais cedo que o cronograma da reforma da Previdência deverá sofrer atraso em função da crise política, mas que acredita na aprovação da proposta mesmo se Temer não seguir no comando do país.

A ideia do governo é manter o cronograma de votações importantes no Congresso para mostrar que ainda respira e tem força, disseram fontes à Reuters.

"O cenário doméstico é de completa incerteza... A volatilidade nos mercados locais deve continuar", resumiu a Advanced Corretora em relatório.

O Banco Central deu continuidade à sua intervenção diante do nervosismo do mercado e vendeu nesta sessão todos os 40 mil novos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares.

O BC também vendeu todos os 8 mil contratos para a rolagem dos swaps que vencem em junho, que totalizam 4,435 bilhões de dólares. Faltam ainda rolar 2,435 bilhões de dólares desse total.

O presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, disse que continuará monitorando o impacto das notícias da cena política nos mercados financeiros e atuando para mantê-los em plena funcionalidade.

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