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Dólar sobe com cena externa, enquanto monitora cenário doméstico

Às 12:06, o dólar avançava 0,33 por cento, a 3,6605 reais na venda, depois de ter subido 0,64 por cento na véspera

Mercado: ação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio suavizou a valorização (Ricardo Moraes/Reuters)

Mercado: ação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio suavizou a valorização (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de maio de 2018 às 12h27.

Última atualização em 25 de maio de 2018 às 12h29.

São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta sexta-feira, de olho na trajetória da moeda norte-americana ante divisas emergentes no exterior, mas com a ação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio suavizando a valorização.

Os investidores também estavam de olho na greve dos caminhoneiros, que continuava em boa parte do país nesta sessão apesar de, na noite passada, a categoria ter fechado acordo com o governo para suspender o movimento por 15 dias para evitar mais estragos na economia.

Às 12:06, o dólar avançava 0,33 por cento, a 3,6605 reais na venda, depois de ter subido 0,64 por cento na véspera. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,35 por cento.

"Apesar do acordo, os caminhoneiros ainda não voltaram a trabalhar. Se voltarem, há espaço para alguma queda do dólar", afirmou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares.

Depois de uma reunião de sete horas, governo e representantes de caminhoneiros chegaram a um acordo na noite passada para suspender por pelo menos 15 dias a greve, com o governo garantindo a subvenção do preço do diesel e reajustes a serem realizados apenas a cada 30 dias.

A estimativa é de que o subsídio custe cerca de 5 bilhões de reais ao Tesouro neste ano, prejudicando o ajuste fiscal do governo.

"O acordo não é o ideal. Qualquer solução desagradaria a alguém", afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado, para quem trazer de volta alguma normalidade agora era o mais urgente.

Mesmo com o acordo, os protestos de caminhoneiros contra a alta do preço do diesel continuavam em 24 Estados e no Distrito Federal nesta sexta-feira, afetando alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e a maioria das moedas de países emergentes, embora, internamente, a ação do BC no mercado local amorteça um pouco desse impacto.

Nesta manhã, a autoridade monetária já vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 5 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 5,227 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

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