Dólar é negociado em alta no exterior e também no mercado local, enquanto as commodities e as Bolsas europeias e os índices futuros de Nova York operam em baixa (Jo Yong hak/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2012 às 09h11.
Os mercados globais e de câmbio doméstico retomam os negócios nesta segunda-feira sob cautela renovada com a zona do euro e preocupações com a chegada do furacão Sandy à região nordeste dos EUA. A Fitch Ratings cortou o rating do País Basco, região da Espanha, em duas notas, para BBB+. A perspectiva para o rating do País Basco é negativa. Nos Estados Unidos, os mercados físicos de ações ficarão fechados em razão do furacão e há expectativas de que o fechamento do mercado de Treasuries seja antecipado. No câmbio, o dólar é negociado em alta no exterior e também no mercado local, enquanto as commodities e as Bolsas europeias e os índices futuros de Nova York operam em baixa.
No mercado à vista, o dólar abriu a R$ 2,0280, com leve ganho de 0,05% - na mínima. Às 9h38, atingiu uma máxima de R$ 2,0310, alta de 0,20%.
Na BM&FBovespa, nesse horário, o dólar que vence em 1º de novembro de 2012 estava em R$ 2,030 (+0,05%), após oscilar entre mínima em R$ 2,0290 (estável) e máxima de R$ 2,0315 (+0,12%).
Como a taxa Ptax de fim de mês será definida nesta quarta-feira, dia 31, é possível que ocorra até lá uma pressão de baixa sobre o dólar à vista por parte de bancos e investidores estrangeiros, que apostaram no recuo da moeda no mercado futuro. A Ptax de 31/10 será usada na quinta-feira (1º/11) para a liquidação e os ajustes dos contratos de derivativos cambiais.
Os agentes de câmbio estão certo, porém, de que o Banco Central não permitirá a valorização do real. Para isso, a autoridade monetária poderá fazer um novo leilão de venda de swap reverso (operação equivale à compra de dólar no mercado futuro), se for necessário. Neste mês, o BC já fez três desses leilões, sendo dois só na semana passada, nos quais vendeu US$ 4,351 bilhões. Com isso, o dólar vêm se mantendo dentro do patamar de R$ 2,02 há várias sessões.
Nos Estados Unidos, todas as transações com contratos futuros ligados a índices de ações, como o S&P 500 e o Russell 2000, serão suspensas às 11h15 (de Brasília), segundo avisos do CME Group e da Intercontinental Exchange (ICE), que operam os maiores mercados desses contratos. Os mercados futuros não relacionados a ações permanecerão abertos, também de acordo com o CME e a ICE, embora o CME tenha decidido fechar o mercado físico de contratos do setor de energia.
Na agenda de indicadores semanal, o destaque nos EUA serão os dados oficiais do mercado de trabalho, sobretudo os números sobre criação de vagas (Payroll), que serão anunciados na sexta-feira, quando os mercados no Brasil estarão fechados pelo feriado do dia de Finados.
No âmbito interno, o resultado das eleições municipais é acompanhado sem impacto sobre os mercados. O balanço da Petrobras com lucro abaixo do esperado no terceiro trimestre pode adicionar pressão de baixa à Bovespa na abertura.
Na Europa, as bolsas e o euro recuam após os leilões de bônus da Itália e da Espanha, a queda recorde em setembro das vendas no varejo da Espanha e informações da revista alemã Der Spiegel de que os credores externos da Grécia querem que o país implemente mais 150 reformas em troca de uma extensão no prazo para o cumprimento das metas do programa de ajuda internacional.
Em Nova York, às 9h36, o euro estava em US$ 1,2895, de US$ 1,2942 no fim da tarde de sexta-feira. O dólar norte-americano também subia em relação ao dólar australiano (+0,26%), o dólar canadense (+0,21%), a rupia indiana (+0,97%) e o dólar neozelandês (+0,46%).
O desempenho levemente negativo ante o iene é a exceção. Os investidores aguardam as decisões de política monetária do Banco do Japão (BoJ, o banco central do país), em reunião marcada para amanhã. O mercado dá praticamente como certa a compra adicional de ativos da ordem de 10 trilhões de ienes por parte do BoJ. Às 9h37, o dólar recuava a 79,595 ienes, de 79,66 ienes no fim da tarde de sexta-feira.