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Dólar sobe com BC, cenário político local e quadro externo

Moeda acumulou alta de quase 3% na semana, mas continua em baixa de mais de 8% no mês


	Dólar: moeda teve primeira alta semanal depois de quatro semanas consecutivas de queda, com atuação do BC.
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Dólar: moeda teve primeira alta semanal depois de quatro semanas consecutivas de queda, com atuação do BC. (.)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2016 às 17h28.

São Paulo - O dólar fechou em leve alta sobre o real nesta quinta-feira, marcando o primeira avanço semanal após quatro quedas consecutivas, reagindo à atuação do Banco Central, ao cenário político conturbado no Brasil e à alta da moeda norte-americana nos mercados externos.

O dólar avançou 0,12 por cento, a 3,6812 reais na venda, após subir mais de 1 por cento e atingir 3,7225 reais na máxima da sessão. A moeda norte-americana acumulou alta de 2,78 por cento na semana, mas continua em baixa de 8,05 por cento no mês.

"Aquele cenário de dólar caindo na direção dos 3,50 reais parece menos provável agora. A trajetória pode ser de queda se o (cenário) político melhorar, mas com bastante volatilidade", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

Após recuar abaixo de 3,60 reais e tocar os menores níveis em seis meses, o dólar voltou a subir nesta semana com a ação do BC.

A autoridade monetária fez nesta manhã leilão de swaps cambiais reversos, que equivalem a compra futura de dólares, pelo quarto dia consecutivo, após deixar a ferramenta encostada por três anos.

No entanto, o BC não vendeu nenhum contrato dos até 3 mil ofertados, levando o dólar a reduzir a alta sobre o real. O lote foi também menor do que as outras três operações. O avanço do dólar foi limitado também porque alguns operadores realizavam lucros após a forte alta da sessão passada.

O BC também reduziu pela terceira vez neste mês a oferta de swaps cambiais tradicionais --que equivalem a venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em abril. Se mantiver até o penúltimo pregão do mês a oferta de até 2 mil contratos, contra 2,6 mil na operação da véspera, rolará pouco menos de 70 por cento do lote total, correspondente a 10,092 bilhões de dólares.

Com a venda integral desta sessão, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 6,745 bilhões de dólares, ou cerca de 67 por cento do lote de abril.

Por fim, a autoridade monetária fez à tarde leilão de venda de até 3 bilhões de dólares com compromisso de recompra, para rolar os contratos que vencem em 4 de abril. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a oferta equivale ao montante total que vence no mês que vem.

Muitos operadores acreditam que o enfraquecimento do dólar desagrada ao BC ao prejudicar exportadores no momento de intensa recessão e, assim, poderia afetar as contas externas do país. A autoridade monetária diz que age para mitigar a intensa volatilidade, que vem em meio a forte incerteza política.

"O BC está deixando muita gente no mercado confuso, está difícil prever o que ele vai fazer em seguida", disse o operador de um banco internacional.

Operadores citavam ainda a reunião do PMDB na próxima terça-feira, que deve decidir pelo rompimento com o governo, e a possível decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil como eventos que mantinham o quadro de cautela nesta quinta-feira, antes do feriado da Sexta-Feira Santa.

"Você não quer ficar exposto num feriado com o clima como está", explicou o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

A alta do dólar nesta sessão refletia também expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos neste ano, após o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, se juntar a outras autoridades do banco central norte-americano que destacaram as chances de pelo menos duas elevações neste ano, com a primeira talvez até em abril. Segundo Bullard, uma alta de juros "pode não estar longe".

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.

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