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Dólar sobe ante real com temores sobre cena política

Às 11:26, o dólar avançava 0,19 por cento, a 3,4358 reais na venda, depois de cair 1,17 por cento na véspera

Dólar: na máxima da sessão, logo no início dos negócios, a moeda bateu em 3,4676 reais, em alta de 1,11 por cento (Karen Bleier/AFP)

Dólar: na máxima da sessão, logo no início dos negócios, a moeda bateu em 3,4676 reais, em alta de 1,11 por cento (Karen Bleier/AFP)

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Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 11h45.

São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta terça-feira, após o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado levantar temores sobre o andamento das medidas fiscais no Congresso.

Às 11:26, o dólar avançava 0,19 por cento, a 3,4358 reais na venda, depois de cair 1,17 por cento na véspera. O dólar futuro subia cerca de 1,25 por cento esta manhã.

Com a saída de Renan, o petista Jorge Viana (AC) assumiu a presidência do Senado. Na pauta, está a votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos, considerada fundamental pela equipe econômica. A análise da PEC está marcada para o dia 13.

"Foi um coquetel bastante explosivo para o mercado. O afastamento coloca em risco as votações (no Congresso), daí a alta vista logo cedo", comentou o economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.

Com o afastamento de Renan, o Planalto enviará emissários para dialogar com Viana para tentar garantir a aprovação da PEC do teto dos gastos.

"Acho que ele (Viana) está sozinho contra o País. Ele pode estar dando um tiro no pé ao brecar as medidas", avaliou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Nesta manhã, o Senado apresentou recurso ao STF contra a decisão do ministro Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros.

O mercado parece também ter minimizado ao longo da manhã os efeitos políticos sobre os preços, já que a moeda devolveu grande parte da alta e chegou no final manhã com elevação mais contida.

Na máxima da sessão, logo no início dos negócios, a moeda bateu em 3,4676 reais, em alta de 1,11 por cento. Na mínima, atingiu 3,4278 reais.

"É normal a arrancada na abertura, depois a moeda se acomoda, ainda mais porque o mercado sabe que o BC está atento e pode agir mais", comentou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.

Nesta manhã, o BC fará novamente leilão de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, com oferta de até 15 mil contratos para rolagem dos contratos que vencem em janeiro.

O arrefecimento do dólar contou com a ajuda do conteúdo da ata do último encontro de política monetária do Banco Central, considerado dovish e que sinalizou um corte mais pronunciado dos juros no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro.

"Quando o BC sinalizou que pode cortar os juros mais rapidamente, o estrangeiro entendeu que precisa aplicar mais rápido para aproveitar as taxas", explicou um operador de uma corretora nacional.

Vale destacar que, no exterior, o dólar cedia ante divisas emergentes como no caso dos pesos chileno e mexicano e serve de referência ao comportamento da moeda por aqui.

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