Dólar: lado doméstico estava em segundo plano nesta sessão, embora o mercado continuasse entusiasmado com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 17 de maio de 2017 às 11h04.
São Paulo - O dólar subia nesta quarta-feira, interrompendo sequência de seis quedas seguidas e que o levou abaixo de 3,10 reais, acompanhando o cenário menos otimista no exterior diante da turbulência política nos Estados Unidos, que alimentava temores de que a o presidente Donald Trump possa não ter força para implementar seus planos econômicos e tributários.
Às 10:40, o dólar avançava 0,40 por cento, a 3,1078 reais na venda,depois de ceder 3,14 por cento em seis pregões. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,35 por cento.
O movimento de busca de proteção se estendia pelos mercados financeiros internacionais nesta sessão após notícias de que Trump pediu ao ex-chefe do FBI James Comey para encerrar a investigação da agência sobre os laços entre o antigo conselheiro da segurança da Casa Branca, Michael Flynn, e a Rússia.
Além disso, ele foi acusado de ter passado informações confidenciais à Rússia.
"Trump perde poder de fogo nas negociações com o Congresso", afirmou o economista da corretora Guide Ignácio Crespo Rey.
No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas, mas subia ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e os pesos chileno e mexicano.
O lado doméstico estava em segundo plano nesta sessão, embora o mercado continuasse entusiasmado com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência.
"As notícias recentes têm sido mais positivas, o governo está avançando nas negociações, o presidente (Michel) Temer tem bom diálogo com o Congresso e vem concedendo medidas", afirmou Crespo Rey.
Na avaliação de alguns profissionais, no entanto, é importante o governo não ceder mais na reforma, para não desfigurar totalmente o texto e azedar os ânimos dos investidores. Na véspera, o governo assinou medida provisória com concessões aos débitos dos municípios e Estados com o INSS.
"Localmente, as concessões do governo para garantir a votação da Previdência... começam a surtir efeitos positivos para a aprovação da reforma, mas suscita críticas mais pesadas da equipe econômica e de aliados do governo", trouxe a corretora Infinity em relatório.
O Banco Central anunciou novo leilão de até 8 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--para rolar os contratos que vencem em junho, que totalizam 4,435 bilhões de dólares.