Dólar: Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão (Dado Ruvic/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 12h16.
São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta terça-feira, em um movimento de cautela com o cenário político depois que a Polícia Federal concluiu que há indícios de que o presidente Michel Temer e ministros cometeram atos de corrupção.
Às 10:57, o dólar avançava 0,41 por cento, a 3,1165 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,1245 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
"O mercado ficou escaldado depois da JBS e agora está mais cauteloso, esperando o conteúdo de uma nova denúncia contra Michel Temer para se posicionar melhor", avaliou o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira.
No inquérito que investiga o chamado "quadrilhão da Câmara", a PF concluiu que houve indícios de crimes cometidos pela cúpula do PMDB, incluindo o presidente Michel Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
"O relatório da PF é mais um elemento de preocupação para o Planalto, o qual vinha num ciclo 'vencedor'", completou Vieira.
Na véspera, o mercado mostrou maior apetite por risco diante da percepção de aumento das chances de votação da reforma da Previdência após a prisão dos delatores da J&F, o que fortaleceu o presidente Michel Temer.
Nesta sessão, a alta do dólar no exterior também influenciava no movimento ante o real no mercado doméstico. O dólar subia ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano e a lira turca.
O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão, por ora. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.