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Dólar sobe ante real com ambiente de cautela política

Às 10:22, a moeda americana avançava 0,34 por cento, a 3,1254 reais na venda, depois de subir 0,55 por cento, na véspera

Dólar: dificuldade em aprovar a reforma da Previdência no Congresso puxavam a moeda americana para cima (Foto/Thinkstock)

Dólar: dificuldade em aprovar a reforma da Previdência no Congresso puxavam a moeda americana para cima (Foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 6 de abril de 2017 às 10h42.

São Paulo - O dólar subia ante o real nesta quinta-feira, com investidores adotando cautela diante dos sinais de que o governo está com dificuldade para aprovar a reforma da Previdência e do cenário externo.

Às 10:22, o dólar avançava 0,34 por cento, a 3,1254 reais na venda, depois de subir 0,55 por cento, na véspera. O dólar futuro tinha leve alta de 0,03 por cento.

"Dada a trajetória que a reforma ainda tem para cursar no Congresso, não significa a inviabilidade de ser aprovada. Neste momento, a pesquisa evidência que o governo ainda tem muito trabalho", afirmou a corretora CM em relatório a clientes.

O comentário referia-se à pesquisa feita pelo jornal O Estado de S.Paulo com deputados e que revelou que a proposta do governo sobre a reforma da Previdência seria rejeitada por 242 parlamentares, mesmo com a opção de suavizar o texto. Para aprovar a reforma, Temer precisa de 308 votos favoráveis, de um total de 513 deputados.

O Palácio do Planalto reconheceu a dificuldade em aprovar a reforma na Câmara e, por isso, decidiu estender o prazo de negociação do relatório na comissão especial que trata do tema, disseram fontes palacianas à Reuters na véspera.

"Houve um susto quando o mercado viu o placar, mas é muito cedo ainda, o governo tem muita política para fazer e não significa que a reforma não vai sair", afirmou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

O cenário externo também estava no radar do mercado nesta sessão, sobretudo como a política monetária dos Estados Unidos será conduzida. Na véspera, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, indicou que pode adotar medidas para começar a reduzir seu portfólio de 4,5 trilhões de dólares ainda este ano desde que a economia tenha o desempenho esperado.

"Ao reduzir esse estoque de títulos, o Fed enxuga a liquidez do sistema, o que tem efeito de alta de juros", explicou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Por isso, a divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano no dia seguinte ganhou ainda mais importância porque pode reforçar a percepção de que o Fed pode precisar de mais altas de juros além das duas ainda precificadas para o restante do ano.

Mais juros na maior economia do mundo pode atrair recursos até então aplicados em outras praças, como a brasileira.

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio, por enquanto, para esta sessão. Em maio, vencem 6,389 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

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