Dólar: às 10:19, a moeda americana avançava 0,07 por cento, a 3,2212 reais na venda, depois de ter subido 0,21 por cento na véspera (Bruno Domingos/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 10h34.
São Paulo - O dólar operava em leve alta nesta quinta-feira, influenciado pela sinalização da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de maiores altas de juros nos Estados Unidos neste ano e com cautela um dia antes da posse do presidente eleito norte-americano, Donald Trump.
O movimento de valorização era contido pela atuação um pouco mais forte do Banco Central brasileiro no mercado cambial.
Às 10:19, o dólar avançava 0,07 por cento, a 3,2212 reais na venda, depois de ter subido 0,21 por cento na véspera, a 3,2190 reais. O dólar futuro tinha baixa de 0,3 por cento.
"Todo o mundo está na expectativa para a posse de Trump. Além disso, a Yellen foi um pouco mais dura do que o encontro do Fed em dezembro", comentou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.
Com a economia dos Estados Unidos perto do pleno emprego e a inflação no caminho para o objetivo de 2 por cento do Fed, "faz sentido" para o banco central norte-americano elevar gradualmente as taxas de juros, afirmou na véspera Yellen.
Segundo ela, "esperar muito tempo para começar a mover-se em direção à taxa neutra poderia levar a uma surpresa desagradável no caminho, ou muita inflação, instabilidade financeira, ou ambos". "Nesse cenário, poderíamos ser forçados a elevar as taxas de juros rapidamente, o que por sua vez poderia levar a economia a uma nova recessão", acrescentou.
A chegada de Trump ao poder da maior economia do mundo também deixava os mercados atentos, com medo de que sua política econômica seja inflacionária e obrigue o Fed a elevar ainda mais os juros. Se isso se concretizar, recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira, poderiam migrar aos Estados Unidos em busca de mais rendimentos.
Neste cenário, o dólar subia nesta sessão ante uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
O BC brasileiro anunciou na noite passada aumento na oferta de swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- para 15 mil contratos nesta sessão. Com isso, sinalizou que pretende rolar o estoque total que vence em fevereiro, equivalente a 6,431 bilhões de dólares. Até então, o BC vinha vendendo 12 mil contratos swaps por leilão.
"O aumento da oferta de swap está contribuindo para uma alta mais contida do dólar ante o real. A estratégia de conter a volatilidade parece estar surtindo efeito", avaliou Spyer.