Mercados

Dólar sobe ante real após BC anunciar leilão de swap reverso

Segundo operadores, a oferta pequena de contratos levou ao entendimento de que o BC quer apenas moderar o ritmo do recuo da divisa


	Dólar: o leilão veio após o dólar encostar em 3,20 reais no fechamento pela primeira vez em quase um ano na sessão passada
 (leviticus/Thinkstock)

Dólar: o leilão veio após o dólar encostar em 3,20 reais no fechamento pela primeira vez em quase um ano na sessão passada (leviticus/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2016 às 10h43.

São Paulo - O dólar recuava frente ao real pelo quarto dia seguido nesta sexta-feira, acompanhando os mercados externos mesmo após o Banco Central vender a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, a primeira operação desse tipo em mais de um mês e com o BC sob a batuta de Ilan Goldfajn.

Segundo operadores, a oferta pequena de contratos levou ao entendimento de que o BC quer apenas moderar o ritmo do recuo da divisa, e não defender algum patamar específico.

O leilão veio após o dólar encostar em 3,20 reais no fechamento pela primeira vez em quase um ano na sessão passada.

Às 10:30, o dólar recuava 0,12 por cento, a 3,2096 reais na venda. A moeda norte-americana acumulou baixa de 11,05 por cento em junho, a maior queda mensal em 13 anos.

O dólar futuro caía cerca de 0,20 por cento.

"É uma oferta pequena, mas sinaliza que esse dólar em uma só direção incomoda. Acho que o recado do BC é: estou de olho, repensem um pouco esse movimento", disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro.

O BC não fazia leilão de swap reverso desde 18 de maio, mesmo diante do tombo recente do dólar, o que gerou entre investidores a percepção de que Ilan estaria mais disposto a tolerar cotações mais baixas do que seu antecessor, Alexandre Tombini.

A operação da sessão equivaleu a compra futura de 500 milhões de dólares.

Com isso, o estoque de swaps tradicionais do BC, que correspondem à venda futura de dólares, cai para o equivalente a cerca de 61,6 bilhões de dólares.

O estoque girou acima de 100 bilhões de dólares ao longo de quase todo o ano passado.

Ilan já afirmou que a autoridade monetária pode usar as ferramentas cambiais "com parcimônia" e reduzir a exposição cambial do BC em momentos considerados adequados.

"Ao que tudo indica, não se trata de defesa de nível ou sinalização de piso (para a cotação), mas apenas a cumprimento do que Illan tem sinalizado quanto ao desmonte gradual da exposição cambial... bem como ao natural controle de excessos no mercado cambial", escreveram analistas da corretora H. Commcor em nota a clientes.

Nos mercados internacionais, o dólar recuava em relação às principais moedas da América Latina ao fim de uma semana marcada por fortes altos e baixos.

As preocupações com a opção do Reino Unido por deixar a União Europeia cederam lugar para expectativas de estímulos monetários no resto do mundo para evitar turbulências financeiras.

Os mercados norte-americanos não abrirão na segunda-feira devido ao feriado do Dia da Independência.

Texto atualizado às 10h43

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarMercado financeiroMoedas

Mais de Mercados

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida