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Dólar sobe a R$3,84, monitorando exterior e cenário político local

Às 10:23, o dólar avançava 0,54 por cento, a 3,8427 reais na venda, depois de terminar a última sessão em alta de 0,41 de 3,8222 por cento

Dólar subia ante o real nesta segunda-feira, monitorando o cenário internacional mais calmo (Divulgação/Thinkstock)

Dólar subia ante o real nesta segunda-feira, monitorando o cenário internacional mais calmo (Divulgação/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 10h36.

São Paulo - O dólar subia ante o real nesta segunda-feira, monitorando o cenário internacional mais calmo nesta sessão após os líderes europeus terem acertado acordo para o Brexit e sinais de que a Itália pode reduzir sua meta de déficit orçamentário para 2019.

O noticiário político doméstico também permanece no foco, com os investidores em busca de novidades sobre o futuro governo Jair Bolsonaro.

Às 10:23, o dólar avançava 0,54 por cento, a 3,8427 reais na venda, depois de terminar a última sessão em alta de 0,41 de 3,8222 por cento. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,35 por cento.

"O que está faltando aqui é fluxo, por isso o dólar não está caindo", explicou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, lembrando que no final do ano é natural haver saída de recursos do país, com empresas remetendo recursos a suas matrizes.

"Além disso, a agenda ainda está bastante intensa nesta e na próxima semana, sobretudo nos Estados Unidos, com os investidores procurando pistas sobre a trajetória de juros do Fed", completou.

O banco central dos EUA divulgará na quinta-feira a ata de seu último encontro de política monetária. Ele também se referia à expectativa em torno da reunião entre os presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 no final desta semana, com expectativa de que possa ser costurado um acordo que dê fim à guerra comercial dos dois países.

A expectativa sobre a trajetória dos juros pelo Federal Reserve tem permeado os negócios, com os temores de enfraquecimento da economia global reforçando a leitura de que o Fed poderia ser mais suave nos aumentos da taxa. A expectativa, por ora, é de mais cinco aumentos até o início de 2020, sendo dezembro o quarto deste ano.

Com o juro mais alto nos EUA e estável no Brasil --a pesquisa Focus desta segunda-feira trouxe perspectiva menor para a alta da Selic em 2019--, o diferencial de juros entre os países também ajuda a sustentar a trajetória de alta da moeda ante o real.

"O local vem sustentando a bolsa e os DIs, mas no dólar falta estrangeiro", disse Faria Júnior ao destacar que o investidor estrangeiro "está com receio com o mercado de riscos". "Não necessariamente com o Brasil, mas nosso cenário político também contribui para não gerar mais atratividade", acrescentou.

Ele se referia à expectativa dos investidores pela aprovação de reformas no próximo governo e à formação da equipe do novo governo, considerada técnica mas que pode dificultar as negociações políticas para as reformas.

No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas, com destaque para a alta do euro após acordo entre União Europeia e Reino Unido para o Brexit e sinais da Itália de que poderia mudar sua meta orçamentária para 2019.

Ante as moedas emergentes, o dólar estava misto, em alta ante o peso chileno e queda ante a lira turca.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de 12,217 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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