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Dólar sobe a máxima em 4 meses após corte nas metas fiscais

O mercado teme que o país, depois de esperado rebaixamento pela Moody's e pela Fitch, receba perspectiva negativa de alguma das agências


	Dólares: mercado teme que o país receba perspectiva negativa de alguma das agências
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Dólares: mercado teme que o país receba perspectiva negativa de alguma das agências (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2015 às 12h21.

São Paulo - O dólar avançava cerca de 2 por cento e encostava em 3,30 reais nesta quinta-feira, maior patamar em quatro meses no intradia, após o corte nas metas fiscais do governo alimentar temores de que o Brasil pode vir a perder seu valioso grau de investimento.

Às 11:27, o dólar avançava 1,79 por cento, a 3,2833 reais na venda. Na máxima da sessão, a divisa subiu quase 2,30 por cento e atingiu 3,2992 reais, maior nível intradia desde que foi a 3,3162 reais em 20 de março.

O mercado teme que o país, depois de esperado rebaixamento pela Moody's e pela Fitch, receba perspectiva negativa de alguma das agências. Com isso, ficaria na iminência de perder seu cobiçado grau de investimento.

"O que deve acontecer já no curto prazo é um rebaixamento pela Moody's, com perspectiva negativa, mas sem a perda do grau de investimento", escreveu o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik, em nota a clientes. A Moody's deve manifestar-se sobre a nota brasileira em breve após visita ao país na semana passada.

Na véspera, o governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para 8,747 bilhões de reais, ou 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento do PIB, previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até 26,4 bilhões de reais que, no limite, pode até gerar novo déficit.

As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7 e 1,3 por cento do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2 por cento do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.

Operadores entenderam que a decisão representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seus esforços para reequilibrar as contas públicas brasileiras. "Se parecer que o Levy vai continuar perdendo as batalhas, o mercado vai começar a colocar no preço a possibilidade de ele sair do governo, e aí sim o dólar explode", disse o operador de um importante banco internacional.

Mais tarde, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, com oferta de até 6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

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