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Dólar sobe 6,16% em abril e fecha no maior nível desde junho de 2016

O dólar avançou 1,20 por cento, a 3,5035 reais na venda, maior nível de fechamento desde 3 de junho de 2016

Dólar: abril foi o terceiro mês consecutivo em que moeda-americana ficou mais caro ante o real (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: abril foi o terceiro mês consecutivo em que moeda-americana ficou mais caro ante o real (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de abril de 2018 às 17h15.

Última atualização em 30 de abril de 2018 às 18h32.

São Paulo - O dólar subiu e voltou ao nível de 3,50 reais nesta segunda-feira, em meio às preocupações de que os juros nos Estados Unidos possam subir mais do que o esperado e afetar o fluxo de capital global, fechando abril com a maior valorização mensal em quase um ano e meio.

A política local também inspirou a cautela dos investidores diante da eleição bastante indefinida, cenário que não deve mudar tão cedo e continuar pressionando o mercado cambial.

O dólar avançou 1,20 por cento, a 3,5035 reais na venda, maior nível de fechamento desde 3 de junho de 2016 (3,5249 reais) e pela primeira vez deste então no patamar de 3,50 reais.

Em abril, a moeda norte-americana acumulou valorização de 6,16 por cento, maior alta mensal desde novembro de 2016 (+6,18 por cento), após a eleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos.

Abril foi o terceiro mês consecutivo em que o dólar ficou mais caro ante o real, acumulando no ano até agora alta de 5,71 por cento.

O dólar futuro subia cerca de 1 por cento no final desta tarde.

"O mercado deve ficar mais volátil. O dólar deve seguir pressionado ante o real em maio... O nível de 3,55 reais já acenderia a luz amarela para o BC", avaliou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, referindo-se a eventuais atuações mais fortes do Banco Central para conter pressões cambial.

Nos últimos dias, cresceu o temor nos mercados globais de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros mais vezes neste ano diante de sinais de melhor desempenho da economia dos Estados Unidos e inflação maior.

Juros elevados no país têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira

"Essa semana será importante para o mercado, que busca pistas sobre a atuação do Fed", afirmou diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer, ao lembrar que na próxima quarta-feira o Fed anuncia sua decisão sobre política monetária.

As expectativas são de que o Fed vai manter suas taxas, mas os investidores vão ficar de olho no comunicado para mais sinalizações sobre seus próximos passos.

O cenário doméstico também seguirá no foco dos agentes econômicos, diante da eleição de outubro ainda bastante indefinida. Em abril, pesquisa de intenção de voto manteve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança, mesmo preso.

Lula é considerado pelos mercados financeiros menos comprometido com o ajuste fiscal. Mesmo que eventualmente não possa concorrer nas eleições deste ano, o ex-presidente pode atuar como forte cabo eleitoral e transferir seus votos a um candidato que desagrade aos mercados, levando os investidores a tomarem posições de proteção.

Por isso, os investidores continuarão atentos à atuação do BC no mercado de câmbio.

"Não vejo ponto de atuação (do BC) por nível de preço (do dólar), mas por volatilidade excessiva e também por piora do real em nível mais acelerado do que outras moedas emergentes", afirmou o diretor da More Invest Gestora de Recursos Leonardo Monoli.

Vencem em junho 5,650 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- e o BC fez leilões para rolagem dos contratos que venceram em outros meses. Até agora, a autoridade monetária não anunciou a rolagem dos papéis que vencem em junho.

No próximo dia 3 de maio, vencem ainda 2 bilhões de dólares em leilão de linha, venda dedólares com compromisso de recompra. (Edição de Patrícia Duarte)

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