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Dólar sobe 1% e vai a R$3,27 com temor sobre Previdência

No mês até a última terça-feira, quando o mercado estava mais otimista com a reforma da Previdência, o dólar acumulava queda de 1,96%

Dólar: "A incerteza cada vez maior sobre a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados este ano" (foto/Thinkstock)

Dólar: "A incerteza cada vez maior sobre a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados este ano" (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 17h40.

São Paulo  - O dólar fechou com alta de quase 1 por cento nesta quinta-feira, no patamar de 3,27 reais, repetindo o movimento da véspera com o mercado precificando cada vez mais que o governo do presidente Michel Temer não conseguirá aprovar a reforma da Previdência em breve.

O dólar avançou 0,97 por cento, a 3,2716 reais na venda, fechando novembro praticamente estável, com leve queda de 0,04 por cento. Desde agosto passado, a moeda norte-americana acumula alta de quase 5 por cento.

O dólar futuro subia cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

No mês até a última terça-feira, quando o mercado estava mais otimista de que seria possível votar a reforma da Previdência, o dólar acumulava queda de 1,96 por cento, mas o humor dos investidores azedou com o sinais de falta de apoio político à medida, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.

"A incerteza cada vez maior sobre a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados este ano tende a manter os investidores locais na defensiva", trouxe a Advanced Corretora em relatório.

Na véspera, os investidores começaram a reduzir seu otimismo com a possibilidade de votação da reforma depois que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo não via mais possibilidade de fazer novas concessões no atual texto.

O ministro disse ainda que o PSDB havia deixado a base aliada do governo. Era justamente a percepção de que a legenda ajudaria Temer a tirar a reforma do papel que sustentou o bom humor dos mercados nos últimos dias.

"O fiel da balança está sendo o PSDB. O partido tem um peso grande e acabou gerando um problema ao governo", disse o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira.

Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a proposta de reforma da Previdência está "muito longe" dos 308 votos necessários para ser aprovada na Casa.

"Existe ainda um espacinho para o dólar (rondar os atuais níveis) nos próximos dias. Mas tudo muda muito rápido", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. "Se não aprovar, (o dólar) pode ir a 3,40 reais", acrescentou.

Com esse cenário mais tenso nos próximos dias, o mercado também já se preparava para a volta do Banco Central ao mercado de câmbio para rolar os swaps cambiais, contratos que se assemelham à venda futura de dólares, que vencem em janeiro, no valor equivalente a 9,638 bilhões de dólares.

Em novembro e em dezembro, não houve vencimentos e, por isso, o BC ficou de fora do mercado. Atualmente, segundo dados da autoridade monetária, o estoque total dos swaps estava em 23,794 bilhões de dólares.

"O BC deve agir rápido porque o volume é grande e também para tirar um foco de tensão", afirmou o gerente da mesa de câmbio do Banco Ourinvest, Bruno Foresti.

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