Dólar: alta da moeda ante o real também era justificada pelo início da briga pela formação da Ptax (Foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 25 de abril de 2017 às 10h52.
São Paulo - O dólar subia 1 por cento e voltava ao patamar de 3,16 reais nesta terça-feira com os investidores temerosos que a reforma da Previdência possa não ser aprovada no Congresso Nacional após o PSB, partido da base governista, fechar questão contra a medida.
Às 10:22, o dólar avançava 1,07 por cento, a 3,1602 reais na venda, depois de recuar quase 1 por cento na véspera. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,1641 reais. O dólar futuro subia cerca de 1 por cento.
"O receio é de que outras siglas governistas sigam o mesmo exemplo", afirmou a Advanced Corretora em relatório.
Na noite passada, o PSB, partido da base do governo do presidente Michel Temer e que está à frente do Ministério de Minas e Energia com Fernando Coelho Filho, decidiu se posicionar contra as reformas trabalhista e da Previdência. A legenda tem bancada de 35 deputados federais.
"O mercado ainda não jogou a toalha porque acredita na articulação do presidente Michel Temer e que ele vai conseguir aprovar os textos", afirmou o profissional de uma corretora local.
O governo continuava atuando nos bastidores para garantir a aprovação das reformas, com foco para a da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.
Temer decidiu exonerar seus ministros com mandato de deputado quando for marcada a votação da Previdência e, pelo menos por enquanto, manter o ministro do PSB e trabalhar com a parte da bancada socialista que diz apoiar as reformas.
A alta do dólar ante o real também era justificada pelo início da briga pela formação da Ptax --taxa do Banco Central que baliza vários contratos cambiais.
"Quem quer montar posição, começa a brigar dias antes", afirmou o gerente de operações da B&T Corretora, Marcos Trabbold.
No exterior, o dólar subia ante divisas de países emergentes, com os investidores à espera do anúncio de medidas tributárias pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Há expectativa de que reduza a alíquota de imposto de renda corporativo para 15 por cento.
O Banco Central realiza nesta sessão novo leilão de até 16 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em maio.