Câmbio: o dólar futuro subia 1,07 por cento no fim da tarde (Bruno Domingos/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2016 às 17h22.
São Paulo - O dólar subiu 1 por cento nesta sexta-feira, sustentado pela atuação do Banco Central e com investidores preferindo estratégias mais defensivas enquanto acompanham os desdobramentos da política brasileira, em sessão de volume reduzido entre o feriado e o fim de semana.
O dólar avançou 1,07 por cento, a 3,5703 reais na venda. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 1,31 por cento.
O dólar futuro subia 1,07 por cento no fim da tarde.
Operadores também ajustaram-se nesta sessão aos movimentos do câmbio no exterior na quinta-feira, quando o tombo dos preços do petróleo alimentou aversão a risco nos mercados globais, enquanto o mercado brasileiro permaneceu fechado devido ao feriado de Tiradentes.
"O mercado está respeitando o BC e usando de cautela, por causa do quadro político", afirmou o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.
O BC vendeu nesta manhã todos os 20 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, que ofereceu em leilão. A autoridade monetária vem atuando pesadamente no mercado por meio desses instrumentos há semanas, mas diminuiu o ímpeto nos últimos dias após a Câmara dos Deputados aprovar o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
"É um dia morto, entre o feriado e um fim de semana. Acaba sendo um dia em que muitos players estão fora", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, acrescentando que, neste cenário, a atuação do BC conseguiu manter a cotação da moeda.
Dilma participou nesta sexta-feira de evento na Organização das Nações Unidas (ONU), onde dedicou praticamente todo o discurso a questões ambientais, mas fez referência ao "grave momento" vivido pelo Brasil e agradeceu a líderes internacionais que manifestaram solidariedade a ela em meio à tramitação do processo de impeachment no Congresso.
A cautela do mercado com a situação política reflete a expectativa por nomes que podem formar a equipe econômica do vice-presidente Michel Temer caso o impeachment se concretize.
Percepções de que Temer estaria enfrentando dificuldades para montar seu time têm causado alguma apreensão no mercado local.
Texto atualizado às 17h22