Dólar: o dólar chegou a operar durante a tarde acima do patamar de 2 reais, mas a alta perdeu fôlego nas últimas horas do pregão e a divisa voltou a fechar no nível de 1,99 real pelo terceiro pregão consecutivo. (REUTERS/Sukree Sukplang)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2013 às 17h54.
São Paulo - O dólar encerrou em alta frente ao real nesta quarta-feira, muito próximo de 2 reais, acompanhando o cenário externo complicado, com grande aversão a risco, e refletindo cautela de investidores antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
A moeda norte-americana avançou 0,38 %, cotada a 1,9990 real na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,5 bilhões de dólares.
O dólar chegou a operar durante a tarde acima do patamar de 2 reais --considerado por parte do mercado como o teto da banda informal de 1,95 a 2 reais definido pelo BC--, mas a alta perdeu fôlego nas últimas horas do pregão e a divisa voltou a fechar no nível de 1,99 real pelo terceiro pregão consecutivo.
"Os investidores estão preferindo portos seguros a arriscar", disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. "Fundamentalmente, o quadro é de aversão a risco".
A possibilidade de uma guerra entre a Coreia do Sul e do Norte e crescentes preocupações após o atentado na maratona de Boston, nos Estados Unidos, deixavam os investidores alertas. Os desdobramentos desses eventos podem causar uma corrida para ativos mais seguros, como o dólar e os títulos do Tesouro norte-americano.
Às 17h29, no horário de Brasília, o euro perdia 1,11 % frente ao dólar, pressionado também por sinais de que o Banco Central Europeu (BCE) pode cortar os juros básicos do bloco monetário. Contra uma cesta de divisas, a moeda norte-americana ganhava 1,10 %.
Para o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos, pesava também a persistente de saída de dólares do país, reiterada após dados do Banco Central mostrarem que o fluxo cambial --entrada e saída de moeda estrangeira do país-- registrou déficit de 2,941 bilhões de dólares na semana passada.
"Já era de se esperar que o fluxo viesse tão negativo. O mercado vem se comportando dessa forma no decorrer dos pregões, a gente tem visto mais saídas", disse.
O Copom decide, após o fechamento do mercado desta quarta-feira, qual será a taxa básica de juros que vigorará pelos próximos 45 dias.
Analistas ouvidos pela Reuters esperam que a Selic --atualmente na mínima histórica de 7,25 %-- seja elevada a 7,50 % para conter as crescentes pressões inflacionárias no país, segundo pesquisa Reuters. No mercado de juros, no entanto, a aposta majoritária ainda é de alta de 0,50 ponto percentual. (Edição de Patrícia Duarte)