Mercados

Dólar sobe 0,18% ante real com temores sobre economia

Preocupações relativas aos cortes de gastos automáticos nos Estados Unidos também pesaram sobre a moeda norte-americana na sessão desta sexta-feira


	Dólar: a moeda norte-americana teve valorização de 0,18 por cento no pregão
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dólar: a moeda norte-americana teve valorização de 0,18 por cento no pregão (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 18h14.

São Paulo - O dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira, com dados econômicos preocupantes na China e na Europa alimentando a aversão ao risco nos mercados financeiros globais.

No entanto, dados sobre a atividade manufatureira dos Estados Unidos, que cresceu em fevereiro no maior ritmo em 20 meses, trouxeram certo alívio ao mercado na parte da tarde, reduzindo os ganhos da moeda norte-americana.

Ao final da sessão, o dólar avançou 0,18 por cento para 1,9817 real na venda, após atingir 1,9885 real na máxima do dia e 1,9792 real na mínima. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,747 bilhões de dólares.

Indicadores industriais na China e na Europa evidenciaram a fraqueza da retomada do crescimento econômico mundial, enquanto temores com cortes de gastos automáticos nos Estados Unidos e a indefinição política na Itália continuavam ferindo o apetite por risco do investidor.

Internamente, o crescimento econômico de apenas 0,9 por cento em 2012 veio razoavelmente linha com as expectativas de economistas - exercendo, portanto, pouca influência sobre o mercado de câmbio nesta sessão.

"O mercado lá fora ditou o rumo ao longo do dia", disse o estrategista-chefe do banco WestLB, Luciano Rostagno. "Os dados do PIB funcionaram apenas como um fator secundário." Entre os fatores que colaboravam para o sentimento negativo, a atividade industrial da China cresceu em fevereiro no ritmo mais lento em quatro meses, segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC, que recuou da máxima de dois anos registrada em janeiro.

De acordo com a mesma pesquisa, a atividade industrial na zona do euro mostrou apenas fraca melhora em fevereiro, prejudicando ainda mais o sentimento do investidor.

Durante a tarde, entretanto, o dólar reduziu os ganhos ante o real, acompanhando as bolsas norte-americanas, que se recuperaram sob influência de dados encorajadores sobre a economia dos EUA. Às 17h15, o índice S&P 500 registrava alta de 0,23 por cento.


O gasto do consumidor norte-americano registrou leve alta em janeiro, mas sinais de força no setor industrial sugeriam que o crescimento econômico deve tomar fôlego no trimestre. Além disso, a confiança do consumidor norte-americano cresceu no período.

Os dados ofuscaram a apreensão dos mercados em relação ao impacto sobre a economia norte-americana de 85 bilhões de dólares em cortes de gastos automáticos que entram em vigor nesta sexta-feira.

"O mercado atentou para a bolsa nos Estados Unidos, que começou no vermelho - o que ajudou essa alta do dólar - mas depois foi diminuindo as perdas e passou a operar com uma ligeira alta", acrescentou Rostagno.

Os investidores brasileiros também evitaram grandes oscilações na cotação da moeda norte-americana por temor de possíveis intervenções do Banco Central, que já deixou claro que não tolerará movimentos excessivos no câmbio.

Analistas apontavam que o dólar encontra-se acomodado na faixa de 1,95 a 2 real - considerada pelo mercado como uma banda informal definida pelo governo para conter pressões inflacionárias.

"Eu acredito que a banda deve continuar", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel. "Por umas duas semanas, o câmbio vai continuar flutuando bastante, mas dentro dessa faixa, porque tem bastante coisa acontecendo lá fora".

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresAçõesCâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Omnicare, da CVS, pede falência após condenação de US$ 949 milhões

Oracle nomeia dois novos co-CEOs em meio à expansão em IA

Spirit Airlines vai deixar em licença 1.800 comissários durante 2ª falência em menos de um ano

Tarifaço reduz exportações de tecnologia da China para os EUA, mas Ásia mantém crescimento