Dolares dos Estados Unidos: na BM&F, a moeda à vista fechou estável, a R$ 2,0265, com sete negócios (Mark Wilson/Getty images)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 17h13.
São Paulo - A expectativa do mercado com uma nova atuação do Banco Central no câmbio para impulsionar o dólar ante o real não se confirmou na sessão desta quarta-feira. A moeda americana, apesar de ter tocado o território negativo pela manhã, manteve-se acima de R$ 2,02 durante todo o dia, oscilando em margens bastante estreitas, entre altas e baixas. Esta imobilidade acompanha a percepção, difundida no mercado, de que a tendência do dólar ante o real é de queda, mas o BC está atento para evitar baixas maiores.
No fim da sessão, o dólar à vista fechou estável no balcão, cotado a R$ 2,0270. Na cotação mínima do dia, a moeda marcou R$ 2,025 e, na máxima, atingiu R$ 2,028. Da mínima para a máxima, a moeda variou apenas 0,15%, em um claro sinal de que a moeda segue engessada, sem espaço para ganhos ou perdas mais consistentes. Este cenário, aliás, que vem se repetindo, mantém-se no dia em que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, conforme informações publicadas na imprensa, negou que o câmbio no Brasil seja fixo. Porém, Mantega afirmou que o sistema é de "flutuação suja".
Pouco depois das 16h30, o giro financeiro somava US$ 2,193 bilhões (US$ 2,124 bilhões em D+2). Na BM&F, a moeda à vista fechou estável, a R$ 2,0265, com sete negócios. Às 16h49, o dólar para novembro de 2012 estava cotado a R$ 2,029, em baixa de 0,05%.
Se na terça-feira o leilão de swap cambial reverso - que equivale à compra de dólares no mercado futuro - contribuiu para sustentar a moeda americana ante o real, nesta quarta-feira o BC optou por ficar de fora do mercado. "Não houve muita movimentação hoje. O que movimentou foi por causa de fluxo. Se o dólar chegar na casa dos R$ 2,01, o BC pode entrar (no mercado), mas por enquanto não", comentou um operador ouvido pela Agência Estado.
Para o operador da Interbolsa Brasil Ovídio de Pinho Soares a tendência do dólar segue sendo de baixa, mas os investidores ficam com receio de vender a moeda em função da expectativa com as atuações do BC.
Também influenciam as decisões a disputa entre comprados e vendidos no mercado futuro, onde as apostas assumidas por investidores estrangeiros e bancos são de queda para o dólar. Dados da BM&FBovespa mostram que na terça-feira os investidores não residentes estavam vendidos (aposta na baixa da moeda) em 86.311 contratos. Já os bancos estavam vendidos em 11.244 contratos. Enquanto alguns agentes pressionam para a queda da moeda americana ante o real, o BC monitora os negócios.