Swaps: nesta manhã, o BC já vendeu 15 mil novos contratos de swap, totalizando 750 milhões de dólares (Hafidz Mubarak/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de junho de 2018 às 10h03.
Última atualização em 1 de junho de 2018 às 11h10.
São Paulo - O dólar subia ante o real em seu primeiro pregão de junho, com dados mais fortes do mercado de trabalho norte-americano e em meio às preocupações com o recrudescimento de uma guerra comercial após os Estados Unidos anunciarem tarifas de importação sobre alumínio e aço do Canadá, México e União Europeia.
Às 10:34, o dólar avançava 0,11 por cento, a 3,7286 reais na venda, depois de ter subido 6,66 por cento em maio, terminando o mês a 3,7367 reais.
Na máxima da sessão, a moeda foi a 3,7611 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,37 por cento.
"Investir em 'risco' no atual momento não parece ser a melhor decisão, afinal os cenários externo e interno não contribuem para essa ousadia, ainda mais em uma sexta-feira de emenda de feriado, o que reduz a liquidez dos mercados no Brasil", comentou a Advanced Corretora em relatório.
No exterior, o relatório do mercado de trabalho norte-americano surpreendeu positivamente ao mostrar a criação de 223 mil vagas em maio, taxa de desemprego de 3,8 por cento e avanço de 0,3 por cento na renda média por hora. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de abertura de 188 mil postos de trabalho, 3,9 por cento de taxa de desemprego e 0,2 por cento de avanço na renda.
"No geral, a economia dos EUA parece forte. Guerras comerciais poderiam ser prejudiciais, mas...as coisas teriam que piorar muito para que...fossem alteradas as perspectivas para as taxas de juros", avaliou o economista-chefe da Capital Economics, Paul Ashworth, um dos que acreditam em três novas altas este ano por lá.
O dólar operava em alta ante a cesta de moedas influenciado pelos dados fortes do mercado de trabalho dos EUA. Ante divisas emergentes, operava misto, em leve queda ante o peso mexicano e leve alta ante o peso chileno.
O anúncio dos EUA de que vão impor tarifas de importação sobre alumínio e aço do Canadá, do México e da União Europeia, encerrando meses de incerteza sobre possíveis isenções, reacenderam temores sobre uma guerra comercial global, também ajudando a fortalecer o dólar.
Internamente, no entanto, a atuação do Banco Central no mercado de câmbio ajudava a suavizar um pouco as cotações, com a continuidade dos leilões de novos contratos de swap cambial tradicional -equivalente à venda futura de dólares-, como também já o início da rolagem dos contratos que vencem em julho.
Nesta manhã, o BC já vendeu 15 mil novos contratos de swap, totalizando 750 milhões de dólares. Em maio, o BC vendeu 7,250 bilhões de dólares em novos contratos.
A autoridade ainda fará leilão de venda de até 8.800 contratos de swap cambial tradicional para rolar o vencimento de julho, que soma 8,762 bilhões de dólares.
Os investidores seguiam monitorando o noticiário após o término da greve dos caminhoneiros, com seus desdobramentos sobre a economia, em meio a volume um pouco mais baixo por causa do pregão intercalado com o feriado de Corpus Christi e o final de semana.