Dólar (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 09h40.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 11h09.
São Paulo - O dólar subia nesta terça-feira e encostava nos 3,25 reais, acompanhando a trajetória da moeda no exterior, um dia depois de o governo ter jogado a toalha sobre a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
Às 10:26, o dólar avançava 0,37 por cento, a 3,2470 reais na venda, depois de fechar a véspera em alta de 0,43 por cento, a 3,2350 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,30 por cento.
"O mercado já esperava o enterro da reforma", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, ao citar as cotações "comportadas" e a sintonia com o cenário externo.
Na véspera, o governo formalizou que não votará a reforma da Previdência agora, como era previsto, sob a justificativa do decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. Como paliativo, anunciou um conjunto de medidas econômicas, boa parte já em tramitação no Congresso, numa tentativa de reafirmar o compromisso com o equilíbrio fiscal.
"O pacote é inócuo. O governo tenta jogar alguma migalha para o mercado com as medidas, que igualmente (à Previdência) terão que ser aprovadas pelo Congresso", acrescentou Gomes da Silva, ao lembrar da falta de apoio agora para passar a Previdência.
Entre as medidas, estão a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.
"O governo não criou uma pauta nova. Só anunciou novamente. Não faz preço", afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti, acrescentando que aumentam as expectativas de possível novo rebaixamento da nota do Brasil por agências de rating.
A trajetória de alta da divisa norte-americana acompanhava a cena externa, onde o dólar dava continuidade à recuperação da mínima de três anos contra a cesta de moedas, tendo recuperado 1,5 por cento desde sexta-feira diante da visão de que deveria passar por uma correção após fortes vendas nas últimas semanas.
O dólar também subia ante moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
O Banco Central brasileiro fará nesta sessão novo leilão de até 9,5 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em março, no total de 6,154 bilhões de dólares.
Mantido esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os swaps que vencem agora.