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Dólar salta quase 2% e volta a R$4 com Barbosa na Fazenda

O dólar fechou em alta de quase 2 por cento, acima de 4 reais pela primeira vez em mais de dois meses e meio


	Dólares o dólar avançou 1,93 por cento, a 4,0228 reais na venda
 (Karen Bleier/AFP)

Dólares o dólar avançou 1,93 por cento, a 4,0228 reais na venda (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 16h22.

São Paulo - O dólar fechou em alta de quase 2 por cento, acima de 4 reais pela primeira vez em mais de dois meses e meio, nesta segunda-feira, com investidores decepcionados com a ida de Nelson Barbosa ao Ministério da Fazenda e com a ausência de sinalizações mais contundentes de rigor fiscal em seu discurso.

O dólar avançou 1,93 por cento, a 4,0228 reais na venda. A moeda norte-americana não fechava a 4 reais ou mais desde 1º de outubro, quando ficou em 4,0024 reais.

O dólar futuro, que já havia reagido à nomeação de Barbosa após o fechamento do mercado à vista na sexta-feira, avançava cerca de 0,90 por cento.

"Mais flexível na condução das políticas de ajuste fiscal necessárias ao equilíbrio das contas públicas, o ministro Barbosa, neste momento, representa um retrocesso", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes. "As apostas majoritárias recaem sobre o aprofundamento da crise", acrescentou.

A escolha de Barbosa, anunciada na sexta-feira, já havia sido entendida como clara sinalização de que a presidente Dilma Rousseff pretende promover mudanças na política econômica. Barbosa tem pensamento mais alinhado ao de Dilma, com maior foco na retomada do crescimento em meio ao agravamento da recessão e da crise política.

Em teleconferência com investidores feita antes mesmo de sua posse, nesta tarde, Barbosa repetiu que a direção da política econômica continua a mesma após assumir o comando da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, com foco no ajuste fiscal e redução da inflação. Ainda assim, operadores afirmaram que o mercado quer ver ações concretas de austeridade para se convencer de que o comprometimento do governo com o ajuste não se esvaiu.

"O problema não foi o que ele disse, mas o que ele não disse", afirmou o estrategista de renda fixa da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno, para quem faltaram sinalizações mais incisivas de austeridade fiscal nas declarações de Barbosa. "O discurso foi basicamente o mesmo de antes (da nomeação de Barbosa), mas o mercado está convencido de que as coisas vão mudar para pior". Outro motivo para a alta recente da moeda norte-americana foi a decisão, na semana passada, do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar as principais teses do governo sobre o rito do processo de impeachment.

Operadores vêm reagindo bem à possibilidade de afastamento da presidente, com alguns avaliando que isso poderia destravar o ajuste fiscal. Outros salientam, porém, que a incerteza política tende a atrasar ainda mais a implementação de cortes de gastos e aumentos de impostos.

"A chance de haver um impeachment diminuiu e o mercado não gosta disso", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Pesquisa Datafolha feita com deputados federais mostra que há mais parlamentares decididos a votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff do que os que anunciam ser contrários ao afastamento dela, mas nenhum dos dois lados já tem os votos suficientes para sair vencedor.

O Banco Central deu sequência nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 8,206 bilhões de dólares, ou cerca de 77 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.

Texto atualizado às 17h21
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