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Dólar salta para perto de R$ 4,20 na abertura com exterior e eleição local

Às 10:24, o dólar avançava 0,72 por cento, a 4,1819 reais na venda, tendo batido logo no início do pregão a máxima de 4,1947 reais

Dólar: mercado aguarda a divulgação de pesquisas eleitorais (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: mercado aguarda a divulgação de pesquisas eleitorais (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 09h15.

Última atualização em 4 de setembro de 2018 às 10h39.

São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta terça-feira, ainda influenciado pelas preocupações com a guerra comercial global e com os investidores cautelosos diante das eleições presidenciais no Brasil e novas pesquisas de intenção de votos.

Às 10:24, o dólar avançava 0,72 por cento, a 4,1819 reais na venda, tendo batido logo no início do pregão a máxima de 4,1947 reais e ter saltado quase 2 por cento na véspera, a 4,15 reais.

O maior nível histórico de fechamento do dólar é 4,1655 reais, batido em 21 de janeiro de 2016. O dólar futuro tinha avançava cerca de 0,60 por cento.

"O mercado aguarda os desdobramentos das negociações entre os Estados Unidos e o Canadá, além da imposição de novas alíquotas já anunciadas pelo governo norte-americano aos produtos chineses. Com isso, o clima segue de cautela, o que tem atingido, além das bolsas europeias, as moedas dos países emergentes", escreveu o Banco Bradesco em relatório.

As tensões comerciais vêm afetando os mercados globais e emergentes, com as preocupações aumentando novamente após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de semana de que não havia necessidade de manter o Canadá no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Além disso, Trump estaria preparado para acelerar rapidamente a guerra comercial com a China e poderia estar pronto para impor mais tarifas às importações chinesas.

No exterior, o dólar tinha forte avanço ante uma cesta de moedas e sobre moedas de países emergentes, com destaque para o rand, depois que a África do Sul entrou em recessão no segundo trimestre pela primeira vez desde 2009.

As atenções também continuavam voltadas para a Argentina, onde o governo anunciou novos impostos e cortes de gastos na véspera para tentar equilibrar o orçamento e antecipar recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Internamente, as atenções seguiam voltadas para o cenário eleitoral, com a expectativa pela divulgação da pesquisa Ibope de intenção de votos depois do fechamento do mercado. O levantamento é o primeiro depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vetou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder em todas as pesquisas eleitorais.

O Partido dos Trabalhadores, no entanto, pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão e prorrogar ao máximo a exposição de Lula para impulsionar a transferência de votos ao provável sucessor, Fernando Haddad.

O mercado vê o PT como menos comprometido com as contas públicas e, por isso, assume posturas defensivas diante da possibilidade de a legenda avançar para o segundo turno.

Também está prevista nova pesquisa do Datafolha para quinta-feira.

Com a pressão sobre o câmbio, os investidores estavam atentos à ação do Banco Central brasileiro. Por ora, a autoridade monetária não anunciou intervenção extraordinária, a exemplo do que fez na semana passada depois que o dólar superou 4,20 reais.

O BC realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de 9,801 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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