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Dólar salta a R$3,42, maior nível desde fim de 2016, com cena eleitoral

O dólar avançou 1,60 por cento, a 3,4219 reais na venda, maior nível desde 5 de dezembro de 2016, quando fechou a 3,4294 reais

Dólar: essa foi a sexta sessão de alta da moeda-norte-americana, acumulando valorização de 3,69 por cento (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Dólar: essa foi a sexta sessão de alta da moeda-norte-americana, acumulando valorização de 3,69 por cento (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 17h07.

Última atualização em 9 de abril de 2018 às 17h08.

São Paulo - O dólar subiu mais de 1,5 por cento nesta segunda-feira e voltou ao patamar de 3,42 reais, maior nível em quase um ano e meio, com os investidores cada vez mais temerosos com a cena eleitoral neste ano e com o exterior, diante de eventual guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O movimento aconteceu apesar da volta do Banco Central ao mercado cambial, com novo leilão de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar, para rolagem dos contratos que vencem em maio.

O dólar avançou 1,60 por cento, a 3,4219 reais na venda, maior nível desde 5 de dezembro de 2016, quando fechou a 3,4294 reais. Neste pregão, chegou à máxima de 3,4237 reais.

Esse foi a sexta sessão de alta da moeda-norte-americana, acumulando valorização de 3,69 por cento, com o mercado pouco a pouco precificando maiores aversões ao risco. O futuro tinha alta de cerca de 1,5 por cento no final da tarde.

"Ninguém sabe como as pessoas vão reagir ao pós-Lula, mas minha percepção é de que o desconforto e necessidade de mudanças vão prevalecer. E isso não é necessariamente bom para o mercado", afirmou o diretor de tesouraria de um banco estrangeiro.

O cenário político continuava sendo fonte de preocupações para os mercados, após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de semana.

O petista, visto por investidores como menos comprometido com o controle das contas públicas, lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano e, mesmo sem concorrer, pode exercer influência no pleito como forte cabo eleitoral, o que não agrada os mercados financeiros.

Analistas consultados pela Reuters logo após a prisão ser decretada disseram que o PT deverá, ao menos publicamente, insistir na candidatura à Presidência de Lula, mesmo com ele preso, pois esta é a estratégia que mais maximiza a transferência de votos para outro petista ou para um candidato aliado.

"Para os investidores, o evento (prisão) importa pelo eventual impacto que terá no quadro eleitoral de agora até outubro", afirmou o gestor de derivativos de uma corretora fluminense. "Com o quadro eleitoral ainda em aberto, é natural que os mercados locais demandem mais prêmios de risco", emendou.

Cena externa também continuou assombrando os mercados, com temores de que uma guerra comercial possa começar e, assim, afetar o fluxo de capitais.

A China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos e repetindo que é impossível negociar sob as "circunstâncias atuais".

No exterior, o dólar tinha leve baixa frente a uma cesta de moedas com persistentes preocupações sobre potencial conflito comercial entre EUA e China, e operava misto ante divisas de países emergentes.

Profissionais comentaram que fluxo de saída de recursos nesta sessão também ajudo a içar odólar ante o real. Dessa forma, a volta do BC ao mercado teve influência limitada nos negócios.

A autoridade monetária vendeu nesta sessão toda a oferta de até 3,4 mil swaps, ou 170 milhões de dólares do total de 2,565 bilhões de dólares que vence em maio.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o estoque total que vence no próximo mês.

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