Mercados

Dólar salta 1,64% e caminha a R$3,75, com temor sobre contas públicas

O dólar avançou 1,64 por cento, a 3,7286 reais na venda, maior variação percentual desde 7 de dezembro passado, quando subiu 1,73 por cento

Dólar: sinalização de os petroleiros também entrarão em greve nesta semana também contribuiu para a maior cautela no mercado local nesta sessão (Divulgação/Thinkstock)

Dólar: sinalização de os petroleiros também entrarão em greve nesta semana também contribuiu para a maior cautela no mercado local nesta sessão (Divulgação/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 28 de maio de 2018 às 17h03.

Última atualização em 28 de maio de 2018 às 17h11.

São Paulo - A preocupação dos investidores com as consequências da greve dos caminhoneiros sobre as contas públicas do país fez o dólar saltar nesta segunda-feira, caminhando para o patamar de 3,75 reais, movimento amplificado pela baixa liquidez em razão do feriado nos Estados Unidos.

A sinalização de que os petroleiros entrarão em greve nesta semana também contribuiu para a maior cautela no mercado local nesta sessão.

O dólar avançou 1,64 por cento, a 3,7286 reais na venda, maior variação percentual desde 7 de dezembro passado, quando subiu 1,73 por cento.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,7398 reais, e acumulou alta de 2,86 por cento em três pregões seguidos de ganhos. O dólar futuro tinha alta de cerca de 2,20 por cento no final da tarde.

"O mercado está focado no problema fiscal, com o impacto que as medidas vão ter nas contas públicas", afirmou o diretor de câmbio da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo. "Outras paralisações podem elevar o rombo."

Na noite passada, o presidente Michel Temer anunciou redução do preço do diesel em 46 centavos de reais por litro por 60 dias, em atendimento às reivindicações dos caminhoneiros. Mesmo assim, a paralisação continuava em várias partes do país, pelo oitavo dia.

Ao todo, o custo fiscal do governo para atender aos pedidos da categoria chega a 13,5 bilhões de reais, que serão compensados por cortes de gastos a aumento de outros impostos. Assim, segundo explicou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, chegou-se ao limite do teto de gastos deste ano, sem nenhuma sobra em relação às metas fiscais.

O Brasil tem amargado sucessivos décifits primários, quando não consegue economizar para pagar juros da dívida pública, importante variável em avaliações de risco.

"A greve gera um problema e a solução gera outro problema", afirmou Bergallo, ao reforçar que "outros setores podem se aproveitar da fragilidade política do governo para reivindicarem o que querem".

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) decidiu convocar uma greve da categoria para começar na terça-feira contra a política de preços da Petrobras, acompanhando a decisão da Federação Única dos Petroleiros (FUP) de convocar greve de 72 horas a partir de quarta-feira.

O feriado do Memorial Day fechou os mercados nos Estados Unidos, afetando a liquidez nos mercados internacionais.

O BC vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 5,75 bilhões de dólares desde a semana retrasada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 5,439 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCaminhoneirosDólarEstados Unidos (EUA)Greves

Mais de Mercados

"O Brasil deveria ser um país permanentemente reformador", diz Ana Paula Vescovi

Tesla bate US$ 1 trilhão em valor de mercado após rali por vitória de Trump

Mobly assume controle da Tok&Stok com plano de sinergias e reestruturação financeira

Trump não deverá frear o crescimento da China, diz economista-chefe do Santander