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Dólar salta 1% e volta a R$ 3,28 nesta segunda-feira

Há cautela sobre o avanço de medidas econômicas no Congresso Nacional em meio a incertezas políticas

Dólar: o dólar alcançou 3,2798 reais na máxima do dia (Dado Ruvic/Reuters)

Dólar: o dólar alcançou 3,2798 reais na máxima do dia (Dado Ruvic/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 17h43.

São Paulo - O dólar encerrou em alta de pouco mais de 1 por cento nesta segunda-feira, voltando ao patamar de 3,28 reais após marcar a maior valorização semanal em quase cinco meses, com cautela sobre o avanço de medidas econômicas no Congresso Nacional em meio a incertezas políticas.

Também esteve no radar a escolha do próximo chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, o que deve ocorrer nesta semana ainda. A briga pela formação da Ptax ajudou a pressionar a moeda norte-americana.

O dólar avançou 1,17 por cento, a 3,2819 reais na venda, após alcançar 3,2798 reais na máxima do dia e 3,2352 reais na mínima. O dólar futuro era negociado com alta de cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

Na semana passada, a moeda norte-americana acumulou valorização de 1,70 por cento, maior alta semanal frente ao real desde meados de maio, quando veio à tona a delação de executivos da JBS, que atingiu em cheio o governo do presidente Michel Temer.

"Eu continuo muito pessimista quanto à aprovação da reforma da Previdência, pois como os dados econômicos estão melhorando, os políticos estão querendo adiar essa decisão para não se desgastar", afirmou o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Permaneceu no ar o ceticismo do mercado sobre a capacidade de o presidente Michel Temer dar continuidade à agenda econômica, em especial a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar a contas públicas do país em ordem.

Os temores com a cena política cresceram depois que a Câmara dos Deputados rejeitou a segunda denúncia contra Temer, uma vez que o placar abaixo do esperado pelo governo indicou que o Planalto deve encontrar dificuldades para tocar sua agenda dentro do Congresso.

No exterior, os mercados respiravam um pouco mais aliviados com notícias sobre a provável sucessão do Federal Reserve, o banco central norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá indicar o diretor do Fed Jerome Powell como próximo chair, no lugar de Janet Yellen, cujo mandato acaba em fevereiro, disse uma fonte à Reuters.

Por Powell ser menos conservador, investidores reduziram os temores de mais altas de juros no país. Taxas mais elevadas nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.

O dólar recuava cerca de 0,30 por cento contra uma cesta de moedas, mas ainda perto da máxima de três meses atingida no pregão passado. Sobre outras divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano, o dólar também subia.

A moeda norte-americana ganhou força ante o real no meio da tarde pressionada pelo fechamento mensal da Ptax no dia seguinte, a taxa de câmbio feita pelo BC e usada como referência em diversos contratos.

"Isso é pré-Ptax. Naturalmente, já tinha uma posição de mercado mais comprada... e o mercado está puxando o dólar para uma Ptax mais alinhada com o que quer", disse o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Neste mês, o BC ficou de fora do mercado de câmbio diante do fato de que não havia contratos de swaps cambiais vencendo em novembro para serem rolados. E também não há em dezembro, segundo dados do BC.

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