Mercados

Dólar tem leves oscilações com correção e de olho na cena local

Às 10:42, o dólar avançava 0,13 por cento, a 3,7333 reais na venda, depois saltar 1,64 por cento na véspera, maior variação percentual desde 7 de dezembro

Hoje: no início dos negócios, a moeda chegou a avançar 1,14 por cento e bateu a máxima de 3,7712 reais, para, em seguida, pisar em terreno negativo, na mínima de 3,724 (Gary Cameron/Reuters)

Hoje: no início dos negócios, a moeda chegou a avançar 1,14 por cento e bateu a máxima de 3,7712 reais, para, em seguida, pisar em terreno negativo, na mínima de 3,724 (Gary Cameron/Reuters)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 29 de maio de 2018 às 09h30.

Última atualização em 29 de maio de 2018 às 10h53.

São Paulo - Depois de chegar a mais de 1 por cento logo após a abertura, a alta do dólar perdeu força e a moeda norte-americana passou a registrar leves oscilações ante o real, com os investidores corrigindo um pouco do avanço recente.

O mercado, entretanto, tinha como pano de fundo a cautela com os efeitos do nono dia da greve dos caminhoneiros sobre a economia brasileira e também um movimento de maior aversão ao risco no exterior.

Às 10:42, o dólar avançava 0,13 por cento, a 3,7333 reais na venda, depois saltar 1,64 por cento na véspera, maior variação percentual desde 7 de dezembro passado (+1,73 por cento). O dólar futuro perdia 0,11 por cento.

"O feriado nos Estados Unidos e Reino Unido na véspera enxugou a liquidez e deixou o mercado meio sem rumo. Houve certo exagero...Hoje o investidor chegou assustado e deu aquele estresse da abertura", explicou o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo, acrescentando que após o salto o mercado engatou uma leve correção.

No início dos negócios, a moeda chegou a avançar 1,14 por cento e bateu a máxima de 3,7712 reais, para, em seguida, pisar em terreno negativo, na mínima de 3,7243 reais.

O governo cedeu nas exigências dos caminhoneiros, o que causará forte impacto nas contas públicas e possivelmente aumento de impostos, mas isso não impediu que ainda fossem vistos pontos de paralisação em diversos locais em todo o país nesta terça-feira.

A crise expôs a fragilidade e a desarticulação do governo Michel Temer, e complicou ainda mais a já difícil situação de uma eventual candidatura governista na eleição presidencial de outubro, respingando também nas chamadas candidaturas de centro.

No exterior, o dólar operava com alta ante a cesta de moedas, em dia de queda do euro com a liquidação no mercado de títulos na Itália devido ao aumento das preocupações políticas que levavam os investidores a abandonar a moeda única.

O dólar também subia ante as divisas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Passado o maior nervosismo da abertura dos negócios, o mercado digere o anúncio feito na véspera pelo Banco Central de que pretende continuar a fazer leilões de novos contratos de swap no fim de maio e também em junho, quando também vai rolar os vencimentos em julho.

Nesta manhã, a autoridade já vendeu integralmente a oferta de até 15 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 6,5 bilhões de dólares desde a semana retrasada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

O BC ainda realiza nesta sessão leilão de até 4.225 swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem do vencimento de junho.

"(O anúncio) acabou trazendo certa resiliência ao real, mas o fluxo de estrangeiros pode dificultar o sucesso do BC. De um modo ou de outro, o BC está garantindo mais hedge a fim de aliviar a volatilidade", justificou a corretora H.Commcor em relatório.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCaminhoneirosDólarGrevesReal

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol